Pandemia atrasa fabricação de peças, e isso vai encarecer novos eletrônicos
Se seus planos para 2021 incluem a compra de um novo computador ou celular, as previsões não são muito animadoras. Isso porque os preços dos produtos devem continuar caros no primeiro semestre pelo menos. Um dos principais motivos para isso é a queda na fabricação das suas peças internas, de materiais semicondutores.
Desde o início do ano passado, a pandemia da covid-19 provocou na China —um dos principais produtores dos componentes no mundo— e em outros países efeitos que não permitiram retomar a produção para atender a demanda.
"O impacto na cadeia produtiva foi maior do que o esperado", explica Rodrigo Pereira, analista de mercado da IDC Brasil. A falta de fornecimento dos componentes até fez com que algumas empresas brasileiras dessem férias coletivas aos seus funcionários por estarem incapazes de produzir sem os materiais.
Os problemas na produção somaram-se à alta procura pelos produtos no ano passado. "Vimos muita busca, sobretudo por notebooks, devido ao home office e home schooling [crianças sem aulas, em casa] impostos pelo lockdown", afirma Pereira. A combinação da alta demanda com a baixa oferta explica a inflação de preços no setor.
Pereira destaca ainda que os problemas de abastecimento não estão perto do fim, pois muitas empresas já anunciaram dificuldades em atender as demandas. "Além disso, há a instabilidade do dólar e a revisão nos valores do ICMS, que sempre influem nos valores dos produtos aqui no Brasil", diz.
Mas, para o analista, a alta de preços não deve ir além da que foi registrada no segundo trimestre de 2020: de 67,8% para desktops e 62,6% para notebooks em relação ao mesmo período do ano anterior, e de 46,7% para desktops e de 38,2% para notebooks em relação ao primeiro trimestre do ano.
Sem atender a demanda
A tendência de alta de preços dos componentes com base em semicondutores foi confirmada por uma notícia do site sul-coreano The Elec de 4 de janeiro, o que tem levado fabricantes a informar seus clientes sobre a necessidade de aumentos.
De acordo com o Gizmochina, a maior fabricante de chips do mundo, a TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company), anunciou que vai reverter a sua política de corte de preços devido à alta demanda pelos serviços. Com isso, até mesmo os maiores clientes da fábrica terão que pagar um valor maior do que o previsto na fabricação dos seus componentes.
Empresas como a GlobalFoundries e a sul-coreana Samsungs Electronics estão operando suas fábricas com 100% da capacidade e, ainda assim, não conseguem atender os pedidos, segundo o The Elec. Outros fabricantes de chips em Taiwan, incluindo UMC e VIS, também aumentaram os preços de produção de chips. No caso da DB HiTek da Coreia do Sul, o aumento foi de até 20%.
Estes aumentos de preços também vêm sendo indicados por fabricantes de outros componentes, como é o caso da Novatek, que produz LCD e ainda discute novos valores com seus clientes. Resta saber o quanto esses aumentos vão pesar no bolso do consumidor final.
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