Placas terrestres estão aumentando nível do Oceano Atlântico a cada ano
O aumento do nível do mar é uma das preocupações da ciência, e agora um grupo de cientistas descobriu que o Oceano Atlântico está crescendo vários centímetros a cada ano. Mas fique calmo: você não está prestes a viver no mundo do filme "Waterworld", estrelado por Kevin Costner em 1995.
Isso porque o mesmo estudo aponta que, enquanto o Atlântico cresce, o Oceano Pacífico está encolhendo. Este deslocamento lento está relacionado ao contínuo movimento das placas tectônicas, à medida que as placas sob as Américas se afastam cada vez mais das que estão sob a Europa e a África.
E, apesar das forças geofísicas que sustentam esse fenômeno ainda não serem totalmente compreendidas, um estudo das universidades de Southampton e de Oxford (ambas no Reino Unido) identificou algo que pode contribuir para o fenômeno.
A pesquisa, publicada na revista científica "Nature", sugere que formações montanhosas que emergem entre as placas tectônicas, chamadas de dorsais meso-oceânicas, podem estar contribuindo para a transferência do material (isto é, terra sólida) entre o manto superior e o inferior do núcleo do planeta, que ficam abaixo da crosta terrestre.
Para tentar compreender o fenômeno, os pesquisadores implantaram 39 sismômetros ao longo do fundo do Oceano Atlântico para registrar movimentos sísmicos no cume que separa tectonicamente as Américas da Europa e da África, chamado de Cadeia do Atlântico Médio.
Os registros monitoraram o fluxo de material na zona de transição do manto, que fica entre o manto inferior e o manto superior das placas. O resultado exibiu imagens de transferência de material em profundidades subterrâneas de até 660 quilômetros abaixo da superfície.
Cientistas já sabiam que as dorsais meso-oceânicas contribuem para o fenômeno da expansão do fundo do mar. Mas as novas descobertas apontam que os processos se estendem muito mais fundo no planeta do que imaginávamos.
"(O trabalho) refuta suposições de que as dorsais meso-oceânicas podem desempenhar um papel passivo nas placas tectônicas. Isso sugere que em lugares como o Meio-Atlântico, as forças no cume desempenham um papel importante na separação de placas recém-formadas", afirmou ao site "Science Alert" o pesquisador sênior e geofísico Mike Kendall, da Universidade de Oxford.
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