Sem tempo, irmão
- Mesmo com pandemia, Apple teve a maior receita já registrada
- iPhone foi unidade de negócio com maior faturamento
- Suporte ao 5G é uma das hipóteses para o sucesso do iPhone 12
- Empresa concentrou vários lançamentos nos últimos três meses de 2020
O ano de 2020 foi complicado na tecnologia, e claro que o coronavírus tem muito a ver com isso. A fabricação de peças de eletrônicos atrasou. O consumo caiu, seja pelo desemprego ou pela prática de distanciamento social. Mas nada disso impediu a Apple de ter uma receita de US$ 111,4 bilhões no último trimestre, a maior já registrada em sua história. Foi um aumento de 96% em relação ao trimestre anterior, segundo a consultoria Counterpoint Research. Como aconteceu isso?
Para começar, vale dizer que a galinha dos ovos de ouro da Apple é o iPhone. Só a unidade foi responsável por US$ 65,6 bilhões em receita. E que, diferente de outros anos, os iPhones chegaram ao mercado em outubro. Geralmente eles são lançados em setembro, afetando mais os resultados do terceiro trimestre. Neste ano, o impulso de vendas da linha ficou concentrado nos três últimos meses.
Uma hipótese para a empresa ter crescido tanto em um período tão esquisito —com direito a lojas da Apple fechando— tem relação com o que analistas chamam de "superciclo".
Nos últimos anos, você deve ter reparado que os smartphones não mudam tanto de uma geração para outra. Mas há momentos em que novos recursos incentivam os consumidores a comprar um aparelho novo. Alguns analistas acreditam que este momento vai acontecer agora com o 5G.
Isso ainda não vale para o Brasil, onde o leilão da quinta geração móvel deve acontecer neste ano. Mas em alguns mercados o 5G está cada vez mais comum. Um dos locais com maior crescimento foi a China —infelizmente, a Apple não detalhou esse dado, mas considerando que o país é um dos mais avançados em 5G, é possível que muitos clientes da empresa tenham atualizado para o iPhone 12.
Nos EUA, algumas operadoras passaram a oferecer incentivos para quem comprasse um novo telefone da marca por causa do 5G, segundo a Counterpoint Research.
Já faz um tempo que a Apple não dá detalhes das vendas de iPhone por unidade. Mas para ter uma noção, a consultoria IDC estima que no quarto trimestre de 2020 foram vendidos 90 milhões de iPhones 12, a maior marca já registrada em um período de três meses.
A Apple também não forneceu muitos detalhes sobre o que levou a esse recorde, mas em entrevista à rede norte-americana "CNBC", Tim Cook, presidente executivo da companhia, citou que houve muitos convertidos ao iPhone e de pessoas que resolveram atualizar seus aparelhos.
"Analisando a família iPhone 12, vimos um aumento ano a ano tanto de pessoas que passaram a usar iPhone como consumidores Apple que compraram aparelhos novos. De fato, nós vimos o maior número de pessoas atualizando seus aparelhos que já vimos em um trimestre", disse.
Cook ainda ressaltou que os números poderiam ser ainda melhores. Mas como lojas da Apple ficaram fechadas por um bom tempo, isso prejudicou a venda de iPhones e de dispositivos vestíveis, como Apple Watches e AirPods.
Ainda sobre o balanço da Apple, vale dar uma olhada nas áreas estratégicas que mais geraram receita:
- US$ 65,6 bilhões - iPhone
- US$ 15,76 bilhões - Serviços
- US$ 8,68 bilhões - Mac
- US$ 12,97 bilhões - Vestíveis, acessórios e itens para casa
- US$ 8, 44 bilhões - iPad
A divisão de serviços foi a segunda que mais faturou, o que é interessante porque a empresa passou a expandir bastante as opções neste ramo. Nos últimos anos, a Apple entrou no ramo de streaming de vídeo (Apple TV+), música (Apple Music) e games (Apple Arcade). Mais recentemente, teve até lançamento de um serviço para ajudar as pessoas a se exercitarem (Apple Fitness+).
Quanto à área de hardware, boa parte dos lançamentos se concentraram nos últimos meses do ano. Teve o novo MacBook com chip da Apple e um novo fone de ouvido da marca, além de um novo iPad Air.
As divulgações de resultado financeiro costumam adiantar previsões para o próximo período de três meses. A Apple preferiu não fazer isso desta vez por causa das incertezas causadas pela pandemia de covid-19.
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