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Estudo com mais de 100 centenários descobre 'proteína da vida longa'

180 pessoas na casa dos 90 anos e 135 pessoas centenárias participaram da pesquisa - iStock
180 pessoas na casa dos 90 anos e 135 pessoas centenárias participaram da pesquisa Imagem: iStock

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt

02/03/2021 04h00

Uma proteína estrutural das células nervosas encontradas no sangue pode ser uma das chaves para ajudar a analisar a perspectiva de vida de pessoas com mais de 90 anos. O estudo, publicado pela revista científica Nature, foi realizado por cientistas da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

Os pesquisadores estudaram os níveis de uma proteína chamada neurofilamento de cadeia leve (NFL, na siga em inglês) de 180 pessoas na casa dos 90 anos e de 135 pessoas centenárias. A NFL já é considerada um biomarcador sanguíneo promissor para identificação de doenças neurológicas.

De acordo com os resultados, ter níveis mais baixos de NFL está correlacionado com uma sobrevida mais longa, além de ser um melhor prognosticador de mortalidade do que os níveis de atividade ou funcionamento cognitivo. Essa relação se manteve tanto em mulheres quanto em homens.

Os pesquisadores usaram também camundongos para o estudo. O desfecho foi o mesmo: os animais que vinham mantendo uma dieta de baixa caloria — dieta associada à sobrevida — mostraram níveis mais baixos de NFL, e tiveram uma vida mais longa do que os camundongos de um outro grupo de controle.

Os cientistas ficaram animados ao observar que esse biomarcador pode ajudar na avaliação da saúde de pessoas que estão envelhecendo. Porém, ressaltaram que os idosos que costumam topar participar de estudos como esse são geralmente mais saudáveis do que os idosos em geral, fator que precisa ser levado em consideração durante as análises.

Em estudos anteriores foi possível notar que os níveis de NFL aumentam com a idade, fator que está associado à progressão de doenças neurológicas. Acredita-se que os níveis elevados dessa proteína no sangue reflitam os danos ao sistema nervoso. Essa mesma proteína teve sucesso em um outro estudo da universidade alemã ao ajudar a prever se um paciente terá Alzheimer até 16 anos antes do início dos sintomas.