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Cientistas da Nasa acreditam que lago turco oferece pistas de vida em Marte

Imagem aérea do lago Salda, na província de Burdur, na Turquia - Umit Bektas/Reuters
Imagem aérea do lago Salda, na província de Burdur, na Turquia Imagem: Umit Bektas/Reuters

Colaboração para Tilt, em São Paulo

11/03/2021 16h23

Cientistas da Nasa acreditam que podem encontrar indícios de vida antiga em Marte após dados coletados pelo rover Perseverance, que explora o planeta vermelho, apresentarem semelhanças com as características sedimentares do lago Salda, localizado no sudoeste da Turquia.

Segundo a Agência Espacial, os minerais e os depósitos de rocha em Salda são a combinação mais próxima na Terra daqueles encontrados ao redor da cratera de Jezero, local de pouso da espaçonave, onde se acredita ter existido água.

As informações geológicas do lago Salda podem ajudar os cientistas na busca por vestígios fossilizados de vida microbiana preservada em sedimentos marcianos, a partir da análise e comparação dos dados recolhidos pelo Perseverance em Marte.

"Salda servirá como um poderoso análogo no qual podemos aprender e interrogar", disse Thomas Zurbuchen, administrador científico associado da Nasa, à Reuters.

Em 2019, uma equipe de astrofísicos turcos e americanos estudou o lago Salda e formulou a tese de que os sedimentos ao redor dele teriam erodido de grandes montes, formados com a ajuda de micróbios conhecidos como microbialitos.

A equipe por trás do Perseverance, que também é o laboratório de astrobiologia mais avançado já enviado para outro planeta, agora quer descobrir se esses microbialitos também estão presentes na cratera de Jezero.

Para isso, os cientistas irão comparar os sedimentos do lago Salda com minerais carbonáticos—formados de dióxido de carbono e água, ingredientes chave para a vida - detectados nas margens da Cratera de Jezero.

"Quando encontramos algo no Perseverance, podemos voltar ao Lago Salda para realmente observar os dois processos e as suas semelhanças", afirmou Zurbuchen, sem deixar de dar igual importância ao estudo das diferenças encontradas durante as comparações.

Amostras de rocha perfuradas em solo marciano devem ser armazenadas na superfície do planeta para eventual recuperação e envio delas de volta à Terra, através de duas futuras missões robóticas planejadas para 2031.