"Aluguel não vai esperar": bilhete de entregador da Uber viraliza na web
Qual foi a última vez que você escreveu um bilhete? A prática de deixar recadinhos feitos à mão para os clientes durante as entregas via Uber Eats mudou a rotina de Gabriel Santos, 25, depois que a sua história viralizou na internet.
Junto com a entrega de uma refeição, Gabriel usou um pedaço de papel para contar um pouco sobre ele e divulgar os seus trabalhos como trancista e professor de inglês. Ele explicou ainda que o trabalho como entregador era a sua fonte de renda no momento.
"Oi! Tudo bem? Espero que sim! Hoje fui seu entregador e espero que aproveite sua refeição!", escreveu o jovem, que vive em Brasília. "Essa é minha fonte de renda atualmente, pois moro sozinho e a correria não para. Aluguel não vai esperar o lockdown acabar. Também sou trancista, multiartista independente e professor de inglês autônomo (...) Muito Obrigado!", concluiu.
Uma cliente achou legal a iniciativa de Gabriel e decidiu compartilhar a imagem da cartinha na internet. Não deu outra. Em pouco tempo, o entregador havia ficado famoso nas redes sociais. "Eu pedi um lanche pelo Uber Eats, e o entregador colocou esse bilhetinho... Eu achei tão fofinho, pq ele escreveu a mão (sic)", publicou ela no Twitter.
De pouco mais de dois mil seguidores no Instagram, o seu perfil passou para mais de 36 mil.
A Tilt, Gabriel contou que criou o hábito de mandar recados escritos desde o começo. Ele passou a fazer entregas em julho de 2020, já durante a pandemia de covid-19. "Procuro escrever sobre a minha vida, mostrando a realidade de quem vive sozinho e depende de um emprego para pagar o aluguel", afirmou.
O jovem pedala entre 25 e 35 km por dia para realizar seu trabalho como entregador. Com essa média de quilômetros rodados, ele ganha em torno de R$ 50 diariamente. Ele já fez mais e 1,1 mil entregas pelo Uber Eats. Antes desse trabalho, Gabriel trabalhava em um shopping.
"O acúmulo de serviço e de funções era muito grande, você fazia muitas coisas ao mesmo tempo, o que sobrecarregava demais. Eu trabalhava muito para receber R$ 1.400 reais por mês. Esse dinheiro ajudava muito, mas pela quantidade de trabalho, todos da equipe mereciam receber um salário maior", explicou.
Foi então que surgiu a oportunidade de trabalhar como entregador de app. Junto com o serviço, Gabriel também dividia sua rotina com o trabalho de trancista, no salão de uma amiga.
Adaptação ao novo universo do Instagram
Segundo o jovem, após primeiras entregas, alguns seguidores começaram a segui-lo. Mas, o boom veio mesmo no último domingo (28), quando um dos bilhetes foi publicado na internet.
Ele afirma que a responsabilidade sobre aquilo que posta na rede social aumentou proporcionalmente ao número de novos pessoas vendo o que ele faz. Para conseguir produzir um conteúdo de qualidade, foi preciso traçar um plano de publicações e cronograma de postagens, destacou.
"É uma sensação muito boa, mas dá um pouco de medo. É um número muito alto em pouco tempo, ganha um peso de responsabilidade. Parei para pensar que estou conectado com mais de 30 mil pessoas, e preciso mostrar o que acredito e o que eu sou", explicou.
Apesar do sucesso na internet, Gabriel não chegou a receber propostas de emprego ou mesmo convites para parcerias (bem comum se tratando de Instagram). De qualquer forma, ele continuará em busca de novas oportunidades dentro das áreas que atua. "Muitas pessoas vieram perguntar das aulas de inglês e eu fiquei muito feliz. Ainda não tive a oportunidade de me descobrir professor de uma turma, mas eu vou aprender fazendo", concluiu.
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