Como alimentar astronautas em Marte? Nasa pagará R$ 3 milhões a quem souber
A Nasa está quebrando a cabeça para saber como vai alimentar astronautas em futuras missões a Marte, um destino que leva cerca de seis meses para se chegar. Por isso, a agência está oferecendo US$ 500 mil (quase R$ 3 milhões na cotação atual) para os norte-americanos que conseguirem desenvolver um sistema capaz de prover alimentos durante as futuras missões tripuladas.
Equipes internacionais também podem participar do desafio, mas para elas não há prêmio em dinheiro, apenas reconhecimento.
Para detalhar o assunto, cientistas de alimentos da Nasa publicaram recentemente um artigo no The Journal of Nutrition. Eles ainda não têm respostas, mas estão identificando os principais entraves e mapeando possíveis soluções.
Fazer uma viagem e permanecer em Marte é bem mais complicado do que, por exemplo, sobreviver na ISS (Estação Espacial Internacional, da sigla em inglês), na órbita da Terra. A estação está a apenas 400 km de altitude, um trajeto de cerca de seis horas. Mas não é como se fosse possível pedir um delivery —o mais perto disso são as cargas de reabastecimento, que chegam a cada dois ou três meses, com alimentos desidratados, refeições a vácuo e alguns itens frescos, como frutas e vegetais. Fazer isso chegar ao planeta vermelho é bem mais complicado.
Como comeríamos em Marte?
Na ISS, os astronautas escolhem 20% de sua comida, de acordo com suas nacionalidades, restrições e preferências. Os outros 80% vêm de uma dispensa compartilhada, que inclui até itens comuns de supermercado, como pasta de amendoim, chocolates e tortillas. Guardadas as devidas proporções, a alimentação é boa e diversa, com mais de cem itens.
Em Marte, algo assim não seria possível. Então, a estratégia alimentar da Nasa foca em alguns princípios básicos: segurança, estabilidade, palatabilidade, nutrição, minimização de recursos, variedade, confiabilidade e usabilidade.
Ser confiável e seguro é o mais óbvio —para que as pessoas não morram de fome ou sofram intoxicações alimentares, por exemplo. Já a variedade é importante por diversas razões, não apenas nutricionalmente falando, mas para a saúde psicológica da tripulação.
Além de abastecer a nave, a Nasa está cogitando cultivar alimentos a bordo para conseguir suprir a demanda. Mas isso sacrificaria a confiabilidade do sistema; e se a comida parasse de crescer?
Também é preciso considerar, e possivelmente desenvolver, eletrodomésticos espaciais para processar os alimentos dentro da nave.
Tem a solução? Ajude a Nasa
Diante de tantas questões, a recompensa de US$ 500 mil do Deep Space Food Challenge irá para equipes de cientistas dos EUA que criarem o melhor sistema para alimentação de astronautas a longo prazo.
Como muitas das inovações que a agência espacial patrocinou ao longo dos anos, esta pode ter impactos também para os humanos na Terra.
"As soluções para este desafio podem permitir novos caminhos para a produção de alimentos em todo o mundo", declarou a Nasa. "Especialmente em ambientes extremos, regiões com recursos escassos e em novos lugares, como áreas urbanas e locais onde desastres afetam a infraestrutura crítica."
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