Com chip cerebral, empresa de Musk faz macaco controlar game com a mente
A Neuralink, empresa de chips cerebrais de Elon Musk, apresentou um vídeo em que um macaco de 9 anos, o Pager, aparece jogando videogames com sua mente, incluindo o famoso "Pong".
Essa é a primeira vez que a companhia exibe um teste com primatas, apesar de Musk já ter mencionado o assunto algumas vezes ao longo dos últimos anos. Em meados do ano passado, a Neuralink usou um outro animal, um porco chamado Gertrude, para apresentar ao vivo a tecnologia de microchips alimentados por inteligência artificial.
Do joystick para o controle cerebral
No vídeo da Neuralink, o Pager, que recebeu o implante do chip há seis semanas, tem um joystick ligado a um videogame e move o cursor para um quadrado colorido, sendo recompensado com um smoothie de banana a cada acerto.
Enquanto ele usa o aparelho, o chip Neuralink capta a atividade cerebral e a envia a um computador para analisar o que seu cérebro faz após cada movimentação da mão. Quando o joystick é desconectado, o macaco continua a controlar o jogo, só que agora a partir dos seus sinais cerebrais retransmitidos pelos chips.
Qual a importância desse processo?
Na perspectiva da companhia, a nova tecnologia é um caminho para que pessoas com paralisia recebam implantes e possam, a partir das suas atividades neurais, operar computadores e aparelhos móveis com velocidade e facilidade.
Musk, no Twittter, disse que a solução "permitirá que alguém com paralisia utilize um smartphone com a mente mais rapidamente do que alguém que usa polegares".
Para versões futuras do equipamento, projetou que serão capazes de desviar sinais do cérebro para grupos de neurônios motores e sensoriais do corpo. Segundo ele, isso permitiria que pessoas paraplégicas pudessem caminhar novamente.
É tão inovador assim?
Especialistas elogiaram a iniciativa, embora com ressalvas. Andrew Jackson, um especialista em neurociência e professor na Universidade de Newcastle, disse ao "Business Insider" que conseguir que primatas controlem videogames via interfaces neurais não é uma novidade: demonstrações do gênero foram feitas em 2002.
Ele acredita que o aparelho tem o potencial de contribuir para novas descobertas, especialmente se for dividida com a comunidade científica. Um grande avanço, segundo ele, é a tecnologia funcionar sem o uso de cabos, e os sinais cerebrais serem enviados por rede sem fio, o que reduz os riscos de infecções e melhora o bem-estar do animal. O elogio também foi compartilhado por Rylie Green, pesquisador de bioengenharia do Imperial College London.
De acordo com a Neuralink, essa demonstração é apenas uma "pequena fatia" do que eles ainda pretendem desenvolver com o aparelho.
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