Robô dos petiscos: SP vai ganhar fast-food com lanches 100% automatizados
Já pensou parar para comprar um lanche e ter seu pedido preparado por um robô? Essa é a proposta da Bionicook, rede gaúcha de fast-food 100% automatizada. Prestes a inaugurar até o final de abril a primeira loja em São Paulo, no Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, a ideia é que todo o atendimento, preparo e entrega dos alimentos sejam feitos sem a intervenção humana.
O cliente registra seu pedido através de uma tela touchscreen na parte externa da loja e, após a confirmação do pagamento, o robô Kuka KR3 Ágillus inicia lá dentro o preparo. Com alimentos feitos e congelados previamente pelos fornecedores da Bionicook, o menu apresenta 18 tipos de petiscos, entre pastéis, quibes e coxinhas, e 15 tipos de bebidas. O tempo estimado entre o pedido e a entrega do lanche é de três minutos.
Um combo de um lanche e uma bebida sai entre R$ 18 e R$ 25 dependendo do petisco. As porções variam entre seis e dez unidades.
Criador da startup, o administrador de empresas Fabio Rezler conta que a ideia surgiu quando, uma vez, antes de embarcar numa viagem, ele parou em uma lanchonete que tinha o balcão de atendimento separado da cozinha por uma cortina. "Pensei como seria se as pessoas pudessem ver os alimentos sendo preparados", recorda.
Depois, quando viu um robô manipulando o motor de um caminhão, em um programa de TV, a ideia ganhou forma. Rezler começou a estudar sobre o mercado alimentar, pesquisar sobre tecnologia e padrões de automação. "O segmento de alimentação ainda é muito carente de sistemas automatizados, então essa é uma oportunidade de simplificar processos e oferecer uma experiência diferente ao consumidor", afirma.
Para testar o modelo de negócio, a Bionicook teve uma primeira unidade-piloto aberta no final de 2019 na Universidade de Caxias do Sul. Foram três meses para ver o projeto na prática, identificar possíveis problemas e fazer melhorias. Agora, com a unidade paulista, o objetivo é usar a visibilidade do Aeroporto de Guarulhos para expandir as atividades.
O empresário conta que os planos futuros são instalar lojas em locais com grande concentração de pessoas ao redor do Brasil e em países com, segundo ele, potencial de mercado como Estados Unidos, Portugal e Emirados Árabes. Ele sonha alto: sua expectativa é chegar a 1.500 unidades em todo o mundo nos próximos cinco anos.
Robôs roubam empregos?
Ciente de que a tecnologia, muitas vezes, é vista como substituta da força de trabalho humana, o fundador da Bionicook afirma que algumas transformações são inevitáveis, mas que o seu modelo de negócio pretende gerar mais empregos do que tirar. Segundo ele, o robô vem para executar as tarefas mais perigosas e repetitivas dentro do fast-food.
"Por outro lado, geramos oportunidades que só podem ser assumidas por pessoas, como manutenção, assistência técnica, reabastecimento, higienização da máquina, logística e monitoramento remoto 24 horas", diz Rezler.
Como muitas dessas vagas exigem mão de obra especializada, ele conta que fechou uma parceria com uma empresa do ramo educacional. Com isso, quem comprar na loja da Bionicook vai ganhar um desconto de 50% em cursos profissionalizantes. O benefício pode ser acessado por meio de um QR code impresso no cupom fiscal.
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