Cadê o Trump? Com banimentos e perda de eleição, menções a líder despencam
Sem tempo, irmão
- Menções a Trump caem cerca de 90% desde o banimento em plataformas
- No Twitter, o número de menções por semana ficou em cerca 3 milhões em abril, volume aproximado ao que ele alcançava em 2016
- Político pretende lançar a sua própria rede social
Conhecido por sua verborragia nas redes sociais, o polêmico ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump passa por um momento diferente. Com a perda da eleição para Joe Biden no ano passado e o banimento em plataformas como Twitter, Facebook, Instagram e YouTube, as menções ao ex-mandatário caíram drasticamente. A diminuição é notada também no número de buscas no Google pelo seu nome e no noticiário das TVs pagas americanas.
Um levantamento publicado pela Vox, com dados das empresas de análise e mensuração de mídia social Zignal Labs e CrowdTangle, ilustra em números o reflexo desses acontecimentos, especialmente após a fatídica tentativa de invasão ao Capitólio, sede do Congresso americano, em 6 de janeiro deste ano.
Na época, diversas plataformas optaram pelo banimento definitivo ou temporário das contas do então presidente dos Estados Unidos, o que levou a uma série de embates sobre liberdade de expressão, de uso e limites de moderação.
As menções ao nome de Trump caíram 34% no Twitter e 23% no Facebook na semana após ter sido banido de ambas as plataformas. Desde então, seguem uma trajetória ladeira abaixo, tombando em cerca de 90%, quando comparado com números anteriores à semana dos tumultos em Washington.
De acordo com a reportagem, o declínio pode ser ainda maior, logo que esses dados não consideram retweets e tweets de contas de apoiadores que foram banidas, a exemplo do que aconteceu com a do Trump.
O que mostram os números?
Embora fosse esperada uma queda natural, por não ser mais o presidente, os números mostram que o banimento das redes pode ter representado um impacto significativo para Trump, sempre ativo nas plataformas e com a ambição de continuar pautando discussões.
Mesmo após a perda da eleição, por exemplo, ele manteve a sua artilharia, fez provocações, questionou as instituições democráticas e incitou o ato contra o Capitólio.
No Twitter, Trump obteve quase 50 milhões de menções na semana iniciada em 3 de janeiro, quando aconteceu a invasão ao congresso. De acordo com dados de Zignal, esse volume considera a busca pela palavra "Trump" tanto como palavra-chave quanto com hashtag.
Na semana seguinte, já após a proibição de uso das redes por Trump, as menções caíram para cerca de 30 milhões e continuaram nessa trajetória negativa. Em abril, o número semanal ficou em cerca 3 milhões de menções, volume aproximado ao que ele alcançava em 2016, antes de chegar à presidência dos Estados Unidos.
No Facebook, o maior número de interações foi na semana que contou com o dia das eleições de 2020, segundo dados da CrowdTangle, ferramenta da própria rede para análise e mensuração de dados. Foram 427 milhões de "likes", reações, comentários e ações em postagens do Trump ou incluindo a palavra "Trump" nas páginas do Facebook, grupos públicos e perfis verificados.
Esse volume voltou a crescer na semana do tumulto do Capitólio, chegando a cerca de 300 milhões de interações. Depois disso, caiu para os seus níveis mais baixos, aproximadamente 30 milhões por semana. Os dados incluem o envolvimento com a conta do Trump que aconteceu após ele ser proibido de postar.
Para essas quedas acentuadas também contribuíram outras iniciativas das plataformas de redes sociais, como a repressão a contas de movimento e grupos de extrema-direita como "#stopthesteal", QAnon, boogaloo e Proud Boys, explica a reportagem. Aproximadamente uma semana após a proibição do Trump, o Twitter, por exemplo, suspendeu mais de 70 mil contas de QAnon populares entre os seguidores de Trump.
"Embora certamente existam muitos fatores que contribuem, agora que os usuários não têm mais a capacidade de se envolver com sua conta, as menções ao nome Trump têm mostrado um declínio constante", disse Jennifer Granston, diretora de atendimento ao Cliente e head de Insights da Zignal Labs.
Onde encontrar o Trump?
Apesar do declínio nas menções, o ex-presidente conta com público cativo em plataformas que são as suas preferidas, como o canal de TV a cabo One America News e o site de notícias Newsmax; e os seus apoiadores têm comunidades grandes em grupos e páginas do Facebook assim como contas no Twitter orientadas para o seu lema de campanha Make America Great Again (MAGA).
Trump também planeja criar a sua própria rede social. Recentemente, o político lançou um site, parecido com um blog, onde coloca declarações, nas quais os usuários podem curtir e compartilhar no Facebook e no Twitter. O seu assessor negou que fosse a rede social prometida e afirmou que novidades serão divulgadas em breve sobre o assunto.
Enquanto isso, Trump tenta reaver o acesso às suas contas. O comitê de supervisão do Facebook, formado por advogados, acadêmicos e ativistas dos direitos humanos, decidiu pela manutenção da suspensão das contas do ex-presidente na plataforma e também no Instagram, rede que integra a companhia, mas indicou que irá rever a decisão em até seis meses.
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