Como a Anatel vai mapear buracos de conexão para melhorar internet no país
Fornecer internet de qualidade em um país gigante como o Brasil é complicado, seja por dificuldades de instalar antenas ou pela complexidade de atender cidades grandes e pequenas. Para fazer um diagnóstico preciso do nível de conectividade do país, uma nova plataforma vai ajudar a mapear os "buracos" de conexão móvel e fixa no Brasil.
Chamada de C2DB (Crowdsourcing for Digital Connectivity in Brazil), a iniciativa é fruto de uma parceria da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que vai juntar dados da agência de telecomunicações com informações de cobertura e conectividade para fazer um raio-x de onde precisa haver investimento em infraestrutura no Brasil. A previsão é que a plataforma seja disponibilizada em outubro deste ano.
"O foco do trabalho está na identificação de áreas de baixa conectividade e potenciais oportunidades para ampliação de investimento para democratizar o acesso a banda larga", disse Leonardo Euler de Morais, presidente da Anatel, durante entrevista coletiva.
A criação desta plataforma incluirá dados demográficos da população brasileira, informações da agência de telecomunicações e uma série de informações obtidas via crowdsourcing - a plataforma pegará dados anonimizados (que não permitem a identificação de pessoas em específico) da Ookla, famosa pelo Speedtest, que mostra a velocidade da sua conexão, além de dados de comunicação de celulares com as antenas mais próximas.
Juntando tudo isso, é possível saber, por exemplo, se determinada região precisa de uma melhoria de infraestrutura, pois existe uma densidade populacional muito grande, ou mesmo saber se chega internet banda larga fixa em uma região com escolas.
Ainda que o Brasil tenha uma grande cobertura móvel, o país ainda peca em cobertura de internet fixa. Segundo um levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil tem uma penetração de banda larga fixa na população de 15,5%, enquanto a média de países membros da OCDE é de 31,4%.
Segundo Morgan Doyle, representando do BID no Brasil, o país apresentaria crescimento econômico relevante ao estender a cobertura de banda larga fixa. "O Brasil poderia apresentar um acréscimo no PIB (Produto Interno Bruto) na ordem de 6,5% ao igualar a penetração de banda larga fixa da OCDE", afirmou. "Prover conexão aos brasileiros é crucial para economia, saúde, lazer, produtividade e a inclusão social".
Além de melhorar o serviço em grandes cidades, tal mapeamento pode ser de grande ajuda para pequenos provedores. Como Tilt mostrou em reportagem, muitos empreendedores têm oferecido conexão de fibra óptica em pequenas cidades pelo Brasil a fora em territórios onde dificilmente chegam serviços de grandes operadoras.
O projeto C2DB tem investimento de US$ 250 mil (cerca de R$ 1,3 milhão) por parte do BID. Não há recurso orçamentário da Anatel, apenas participação do corpo técnico da agência para ajudar no fornecimento de dados.
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