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"Uber dos ônibus", Buser vigia motoristas com sensor de fadiga

Motoristas da Buser serão monitorados por sensor de fadiga - Reprodução/Buser
Motoristas da Buser serão monitorados por sensor de fadiga Imagem: Reprodução/Buser

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt

26/05/2021 04h00

A Buser, plataforma de transporte colaborativos que ficou conhecida como um "Uber de ônibus", começou a usar uma tecnologia de câmera capaz de detectar níveis de cansaço dos motoristas.

A ideia é que o sensor de fadiga identifique motoristas desatentos ou sobrecarregados para que eles possam ser substituídos durante uma viagem, sem colocar os passageiros e os próprios condutores em risco.

O equipamento funciona da seguinte forma: para identificar o padrão de comportamento do motorista, o sensor de fadiga presente na câmera faz um reconhecimento do rosto e comportamento de piscada nos primeiros 5 minutos de monitoramento.

Depois disso, assim que o sistema percebe uma movimentação diferente, como uma piscada mais demorada ou uso indevido de celular ao volante, um alerta é enviado a uma central de atendimento da Buser.

O motorista é então acompanhado remotamente pela central até o ponto de apoio mais próximo e, assim, substituído por outro motorista, se for necessário.

Segundo a empresa, entre a constatação do problema e a sua resolução são, em média, dois minutos.

E a privacidade?

Segundo a Buser, o sensor de fadiga não abusa do direito à privacidade dos motoristas. A câmera só é ativada quando o ônibus está ligado e em velocidades a partir de 10 km/h. A gravação das imagens só começa quando o motorista comete algum ato de desatenção. Caso nenhum comportamento diferente aconteça, a gravação não fica salva.

De acordo com Rodrigo Souza, diretor de segurança e qualidade da empresa, a câmera não identifica o motorista: o sistema não usa nome, CPF ou qualquer outro dado pessoal do condutor monitorado. "Nós só identificamos o motorista por meio da plataforma administrativa Buser. O acesso às imagens é restrito ao time de segurança", explica.

Os ônibus parceiros não têm nenhuma despesa em relação a esse sistema de câmeras. A aquisição, instalação, manutenção do equipamento e monitoramento do sistema são pagos pela Buser.

Ônibus com essa tecnologia ficam mais caros? Segundo a empresa, não. "O valor das viagens dentro da modalidade fretamento colaborativo é definido de acordo com o volume de passageiros", diz Souza.

De acordo com a empresa, mais de 250 ônibus parceiros já possuem o equipamento, que começou a ser usado em fase de testes e agora é padrão nos veículos parceiros da plataforma.

Além da câmera com sensor de fadiga, a Buser oferece aos ônibus um sistema de telemetria, que monitora a velocidade do veículo em tempo real; e cursos online de reciclagem para motoristas que mais acumulam advertências, seja por alta velocidade, uso indevido de celular ou outra imprudência.