Amazon anuncia cabine zen para funcionários, mas deleta post após críticas
Fazer uma pausa durante o trabalho para relaxar parece uma boa ideia? Para a Amazon, a proposta foi levada tão a sério que, na quarta-feira (26), a empresa anunciou no Twitter uma "cabine zen" para que os funcionários de armazéns pudessem fazer uma pausa e meditar. Porém, nas redes sociais a proposta não foi bem recebida e o perfil deletou o vídeo.
Chamada de AmaZen, a cabine tem plantas, cadeira e um computador com arquivos de meditação guiada. No teto, há uma colagem que imita o céu.
Alguns perfis no Twitter conseguiram salvar o vídeo a tempo e compartilharam o registro.
'Biblioteca da saúde mental'
Na divulgação, a Amazon apresenta a autora da ideia, Leila Brown. Gerente do programa de saúde e segurança no trabalho, ela diz que a proposta é "um quiosque interativo em que a pessoa pode navegar por uma biblioteca de saúde mental para recarregar a bateria interna".
"Com a AmaZen eu queria promover um lugar quieto em que as pessoas possam ir e focar em seu bem-estar mental e emocional", comenta Brown.
A iniciativa faz parte do programa WorkingWell (trabalhando bem, na tradução literal), apresentado pela Amazon em 17 de maio. O investimento foi de R$ 1,5 bilhão para tornar a empresa "o local mais seguro de trabalho da Terra".
Condições de trabalho polêmicas
Mas por que a iniciativa foi questionada? Nas redes sociais, as pessoas lembraram que os profissionais dos armazéns têm uma rotina intensa de trabalho, com turnos de até 10 horas.
Em março deste ano, a multinacional enfrentou um levante de trabalhadores que denunciaram o dia a dia na empresa. Uma ex-funcionária afirmou que não era permitido fazer a pausa completa de 30 minutos durante o almoço, além de ter que levar walkie-talkies durante o período para que ela fosse localizada em caso de alguma demanda.
O jornalista James Bloodworth em seu livro "Hired: Six months Undercover in Low-Wage Britain" ("Contratado: seis meses disfarçado na Grã-Bretanha com baixos salários", em tradução livre) denunciou que os funcionários tinham medo de ir ao banheiro durante o expediente ou faziam xixi em garrafas.
Uma pesquisa realizada pela plataforma britânica Organize indicou que 74% dos trabalhadores evitavam usar o banheiro por medo. Bloodworth, inclusive, relatou que os espaços ficavam a uma longa distância, o que complicava o acesso.
A Amazon afirmou na época que oferece condições saudáveis de trabalho e "não reconhecia as alegações como um retrato preciso das atividades em seus prédios", pois não confirmou se os participantes da pesquisa realmente são funcionários.
Sobre a AmaZen, a empresa não se manifestou novamente.
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