Facebook suspende Trump por dois anos; regra pode afetar outros políticos
Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, continuará suspenso do Facebook pelo período de dois anos, como pena máxima por violar as regras da rede social. A decisão foi anunciada pela empresa nesta sexta-feira (4).
De acordo com o Facebook, após este período, uma reavaliação do caso será feita novamente. Trump só será aceito na rede social novamente caso o "risco à segurança pública tenha diminuído".
O banimento passa a valer desde a data da suspensão inicial da conta de Trump, no dia 7 de janeiro, após o ex-presidente fazer comentários em redes sociais ligados à invasão ao Capitólio, como é chamado o congresso norte-americano. As publicações incitavam à violência dos protestos e envolviam informações falsas, segundo análise de plataformas como Facebook e Twitter.
"Dada a gravidade das circunstâncias que levaram à suspensão do senhor Trump, acreditamos que suas ações constituíram uma grave violação de nossas regras que merecem a pena mais alta disponível sob os novos protocolos", disse Nick Clegg, vice-presidente de assuntos globais do Facebook, em um post.
À época, o Facebook baniu Trump por tempo indeterminado em uma ação sem precedentes. Agora, a decisão será revista a cada dois anos.
A suspensão o ex-presidente foi analisada por um comitê independente formado por 20 membros, entre jornalistas, analistas políticos, ativistas de direitos humanos e advogados.
Regras para outros políticos
Com a decisão, o Facebook reforçou que políticos terão o mesmo tratamento dado a outros usuários em casos de violação de regras da plataforma, como desinformação, assédio, discurso de ódio e discriminação.
Até então, as regras da rede social determinavam que contas de políticos eram de interesse público e tinham valor noticioso, por isso não estavam submetidas a todos os termos de uso gerais da plataforma.
"Quando avaliamos o conteúdo para ser notícia, não trataremos o conteúdo postado por políticos de forma diferente do conteúdo postado por qualquer outra pessoa", afirmou Clegg.
Outras plataformas
Além do Facebook, Trump segue banido do Instagram, que pertence ao Facebook, do Twitter, Snapchat e teve vídeos removidos do YouTube — mas não teve a conta suspensa.
As redes sociais eram a principal forma de comunicação do ex-presidente com os cidadãos norte-americanos e com a imprensa, além de ser o principal meio de divulgação de decisões do governo.
As postagens, no entanto, muitas vezes continham informações falsas. O Twitter e o Facebook aplicaram filtros com alertas para fake news em diferentes momentos. O banimento veio após a invasão de manifestantes ao Capitólio.
As decisões suscitaram um forte debate sobre liberdade de expressão. Em nota divulgada nesta sexta-feira (4), o Facebook afirma que Trump é livre para expressar sua opinião em outros meios, a penalidade do banimento vale apenas para os serviços do Facebook.
"Nossa decisão reflete a forma como tentamos balancear valores de liberdade de expressão e segurança nos nossos serviços", diz a empresa.
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