Ex-BBB João mostra que filtro no Instagram pode ser racista; entenda como
O ex-participante do "BBB 21" João Luiz usou o seu Instagram, nesta segunda-feira (14), para fazer críticas a alguns filtros da plataforma que, segundo ele, teriam sido criados sem levar em consideração pessoas de pele negra.
Utilizando os stories da plataforma, o professor de geografia reclamou que alguns filtros modificam suas características: afinando seu nariz, deixando seus lábios mais finos e alterando a cor de sua pele.
"Gente, vocês já perceberam que tem uma série de filtros aqui no Instagram que não foram pensados pra pessoas de pele negra? Eu peguei um aqui agora que afinou meu nariz, me deixou com os lábios fininhos e eu fiquei laranja", reclamou.
Filtros discriminam? Sim
Como já foi mostrado no documentário Racismo Calculado, aqui em Tilt, muitos filtros que mudam características físicas no Instagram (e em outras redes sociais) clareiam a pele e fazem alterações presumindo que o padrão de beleza aceito é o rosto de pessoas brancas.
Segundo alguns pesquisadores da área, isso acontece porque algoritmos por trás dos filtros reproduzem as falhas do comportamento social vigente. Ou seja, reproduzem o racismo uma vez que a inteligência artificial aprendeu com dados enviesados.
"Estamos tratando de meios digitais muito recentes, mas que envolvem um problema que é antigo. A sociedade brasileira, em seu contexto histórico, foi consolidada sobre as bases do racismo, do patriarcado e do classismo. Não podemos deixar isso de lado", destacou Denise Carvalho, doutora em sociologia e pesquisadora da UFRN.
Outras plataformas
Recentemente, usuários do TikTok relataram ter seus rostos afinados até mesmo sem terem optado pelo uso de filtros.
A usuária Tori Dawn, que possui um perfil com mais de 320 mil seguidores, viralizou após afirmar que sua mandíbula estava ficando mais fina do que realmente é nos vídeos postados na rede social.
Na ocasião, o TikTok afirmou a Tilt que resolveu "o problema que algumas contas estavam enfrentando ao gravar vídeos".
Em maio, após estudos, o Twitter reconheceu publicamente que o mecanismo de inteligência artificial (IA) da plataforma que recortava imagens postadas na plataforma privilegiava pessoas brancas.
Desde então, a plataforma não usa mais o algoritmo racista de recorte de fotos em seu aplicativo, que agora mostra as imagens postadas pelo usuário sem cortes.
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