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Caso Lázaro: saiba como a tecnologia tem auxiliado na caçada pelo fugitivo

Renata Baptista

De Tilt, em São Paulo

25/06/2021 19h50Atualizada em 25/06/2021 20h25

O cerco a Lázaro Barbosa Sousa está se fechando, em Goiás. A busca pelo suspeito de ter cometido uma série de crimes, como estupro e o assassinato de uma família, estão a cargo de uma força-tarefa policial, que tem utilizado diferentes tipos de tecnologia, e já se tornou uma das maiores operações da polícia no país.

Já são mais de duas semanas de trabalhos. Cerca de 270 pessoas de diferentes forças de segurança — polícias militar e civil de Goiás e do Distrito Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal, além da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais do DF — participam da ação para encontrar Lázaro, que é considerado extremamente perigoso e já fugiu da prisão três vezes.

Quatro helicópteros e cães farejadores têm sido utilizados nas buscas. Conheça ainda um pouco mais sobre algumas das tecnologias empregadas na força-tarefa:

Drones equipados com infravermelho

As equipes estão utilizando drones com infravermelho, que conseguem detectar diferenças de temperatura e registrar movimentação a cerca de 250 metros de distância, até mesmo no escuro.

Capaz de identificar imagens de pessoas se movendo ou até mesmo paradas no meio da mata, a tecnologia está sendo utilizada sobretudo nas buscas à noite.

De acordo com a Receita Federal, que cedeu os equipamentos para as ações de busca, o modelo utilizado é um DJI Matrice 210. Ele possui autonomia de até 35 minutos de voo e conta com duas câmeras: uma termal (modelo Zenmuse XT) e outra diurna (modelo Zenmuse Z30).

Aplicativo de denúncias com georreferenciamento

A Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO) disponibilizou um aplicativo — chamado Brasil Mais Seguro — para que moradores da região possam fazer denúncias e alertas.

App Brasil Mais Seguro - Divulgação - Divulgação
App Brasil Mais Seguro
Imagem: Divulgação


O responsável pelo aplicativo, Fernando Eduardo da Veiga, afirmou que esta é a primeira vez que a plataforma está sendo usada e, por enquanto, serve exclusivamente para ajudar nas buscas pelo fugitivo. Segundo ele, quem for usar o app pode, se preferir, enviar apenas um alerta, até mesmo sem texto, e os dados de localização são enviados imediatamente à central de monitoramento.

Para refinar o conteúdo das pistas, apenas pessoas em um raio de 100 km da área de busca, em Cocalzinho de Goiás, podem enviar o alerta ou uma mensagem para ajudar nas buscas.

O programa pode ser baixado gratuitamente por meio das lojas de aplicativos nos sistemas operacionais Android e iOS."A ferramenta foi desenvolvida com baixo consumo de bateria e pouca memória, para que todos os usuários possam baixar. Funciona com wi-fi e dados móveis", diz Fernando Eduardo.

Há também um disque denúncia. Quem tiver informações relevantes pode encaminhá-las para o telefone (61) 9 9839-5284. O número vem recebendo cerca de mil ligações diárias. A maioria, porém, é de trotes ou de informações que não ajudam nas buscas. "São mais sugestões, palpites da população, notícias que não auxiliam a polícia diretamente nas investigações", explica Paula Meotti, delegada da Polícia Civil que atua no caso.

Equipamentos para comunicação da força-tarefa

Estação Rádio Base (ERB) foi cedida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro para as buscas - PMRJ/Divulgação - PMRJ/Divulgação
Estação Rádio Base (ERB) foi cedida pela Polícia Militar do Rio de Janeiro para as buscas
Imagem: PMRJ/Divulgação

Uma das dificuldades verificada nas buscas é a falta de sinal e perda de comunicação em áreas rurais. Para minimizar o problema, uma tecnologia exclusiva da Polícia Militar do Rio de Janeiro e foi cedida para a polícia goiana. Trata-se de uma caminhonete que tem um sistema para aumentar o alcance de rádios comunicadores e telefones celulares.

O veículo, chamado de Estações Rádio Base (EBS), é equipado com uma torre de 15 metros de altura e serve como repetidor de sinal dos rádios transmissores.

A comunicação da força-tarefa também conta com o Sistema de Radiocomunicação da Polícia Federal, o Tetrapol. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Goiás, ele "é o único instalado na região capaz de prover a comunicação de longo alcance, além de contar com o melhor sistema de criptografia existente na radiocomunicação".

Ao todo são 70 rádios distribuídos para comunicação da operação, com alcance de até 35 km.