Como se formam os planetas? Disco lunar descoberto pode ajudar a responder
Entre os muitos mistérios do universo, paira uma questão: Como se forma uma lua? E os planetas? Cientistas podem estar perto de uma resposta. Um estudo publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters analisou a formação de um disco lunar em volta de um pequeno planeta fora do Sistema Solar.
As observações começaram há dois anos, mas só agora os pesquisadores puderam ter certeza de que se trata realmente de um satélite, chamado de disco circumplanetário, em torno do protoplaneta PDS 70c, que tem quase o mesmo tamanho e características similares a Júpiter e fica a 400 anos-luz de distância de nós.
Os cientistas usaram o ALMA (Atacama Large Millimeter Array) para confirmar suas hipóteses. As imagens obtidas, segundo Myriam Benisty, líder do estudo e pesquisadora da Universidade de Grenoble, na França, e da Universidade do Chile, têm uma resolução muito requintada. "Nosso trabalho apresenta uma detecção clara de um disco no qual os satélites podem estar se formando", afirmou em comunicado.
O disco em torno do PDS 70c é cerca de 500 vezes maior do que os anéis de Saturno, segundo o artigo. Com ajuda do ALMA, a equipe descobriu que o disco tem aproximadamente o mesmo diâmetro que a distância do nosso Sol tem da Terra e massa suficiente para formar até três satélites do tamanho da Lua.
Como nascem os planetas?
Além de tentar explicar como se formam os satélites, como as luas, os resultados do estudo podem ajudar a provar teorias de formação dos planetas.
Além do PDS 70c, seu vizinho, PDS 70b foram identificados por cientistas como exoplanetas jovens.
"Mais de 4000 exoplanetas foram encontrados até agora, mas todos foram detectados em sistemas maduros. PDS 70b e PDS 70c, que formam um sistema que lembra o par Júpiter-Saturno, são os únicos dois exoplanetas vistos até hoje que ainda estão em processo de formação", explica Miriam Keppler, pesquisadora do Instituto Max Planck de Astronomia da Alemanha e uma das coautoras do estudo.
A dupla PDS pode, portanto, oferecer uma oportunidade única aos astrônomos de estudar processos de formação de planetas e satélites. Ambos foram descobertos entre 2018 e 2019.
A expectativa dos cientistas agora é pelo lançamento de um novo telescópio gigante do ESO (European Southern Observatory), que terá uma resolução ainda mais alta para observações distantes e possibilitará mapear ainda mais detalhes de outros sistemas planetários.
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