Mais de 500 meteoros cruzaram os céus no Sul do Brasil; confira imagens
Uma estação de monitoramento em Monte Castelo, SC, registrou 550 meteoros cruzando os céus nas duas últimas noites. Na madrugada de terça (27) para quarta-feira, um recorde: 400, incluindo uma "bola de fogo" super brilhante. Na noite de ontem (28), com o céu bem nublado, foram mais 150 registros.
O que explica boa parte das ocorrências é o pico de duas chuvas de meteoros, a Delta Aquáridas do Sul e a Alfa Capricórnidas. "Eu nunca tinha registrado tantos meteoros de uma vez. Nas noites anteriores, eu já estava conseguindo um número legal, entre 90 e 100. Mas pular para 400 foi uma surpresa. São meteoros de diversos radiantes, mas principalmente da Delta Aquáridas", diz Jocimar Justino, proprietário da estação.
"Ontem, as nuvens atrapalharam bastante e por isso o número foi bem menor. Mas, por outro lado, causaram um belo efeito visual de contraste", afirma Justino, que recentemente trocou suas câmeras por outras mais sensíveis e abertas — o que, segundo ele, também explica um aumento geral no número de registros.
A imagem mais impressionante foi registrada às 2h05 de ontem (28). Tratava-se de um fireball (ou bola de fogo), um meteoro maior e muito luminoso, que deixa um intenso rastro ionizado colorida no céu. Ele provavelmente fez parte da chuva Alfa Capricórnidas, que tem a característica de gerar fenômenos mais brilhantes e explosivos.
O fireball foi registrado por, pelo menos, outras três estações da Bramon (Rede Brasileira de Observação de Meteoros, na sigla em inglês) no sul do país, em Camboriú (SC), Torres (RS) e Taquara (RS). De acordo com cálculos da rede, a rocha espacial brilhou por cerca de 2,7 segundos, percorrendo 61 km sobre a Região Metropolitana de Florianópolis, a uma velocidade de 22,7 km/s (81,7 mil km/h).
Perdeu? Ainda dá tempo
As próximas três noites também são ótimas oportunidades de observação, com as chuvas de meteoros ainda em intensa atividade. E você não precisa de qualquer equipamento especial: todos os meteoros podem ser vistos a olho nu, de qualquer lugar do país. Basta encontrar um local adequado e prestar atenção ao céu.
Confira algumas dicas:
- Torça por um céu sem nuvens. Procure um lugar escuro, como uma varanda ou quintal, de preferência longe de grandes centros. Quanto menos poluição luminosa, mais chances de observação.
- Fique confortável. Deite-se ou sente em uma cadeira reclinável (como uma de praia), proteja-se do frio, desligue as luzes e evite usar o celular o tempo todo para não se distrair nem ter a visão ofuscada pela claridade da tela.
- Tenha paciência. Seus olhos demoram cerca de 20 minutos para se acostumar com o céu noturno e a diferenciar a luminosidade dos diferentes corpos celestes (estrelas, planetas, meteoros).
- A partir das 21h, olhe para o leste (direção em que o Sol nasce). As constelações de Aquário e de Capricórnio, onde estão localizados os radiantes destas duas chuvas, já estarão visíveis no horizonte, acima da Lua, que estará nascendo.
- O melhor horário de observação deve ser entre 23h e 2h, quando as constelações estarão mais altas no céu. Acompanhe-as, mas lembre-se que são apenas uma referência de perspectiva; os meteoros podem surgir de qualquer ponto ao redor delas.
- Observe atentamente e espere pelos meteoros. Aplicativos de observação dos céus, como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView, podem te ajudar a encontrar estes pontos.
- Faça um pedido a cada estrela cadente vista, como manda a tradição.
O que são chuvas de meteoros
Popularmente conhecidos como "estrelas cadentes", meteoros são pequenos pedaços de rochas e poeira espacial que queimam ao entrar na atmosfera da Terra em altíssima velocidade, resultando em um fenômeno luminoso. Em geral, são inofensivos e se desintegram bem antes de atingir o solo.
Os meteoros podem ser incidentes isolados ou fazer parte de alguma chuva. A Delta Aquáridas é originada por resquícios do cometa 96P/Machholz; a Alfa Capricórnidas, pelo 169P/NEAT. Elas acontecem uma vez por ano, quando a Terra, em seu movimento de translação em torno do Sol, cruza a órbita do cometa, por onde ele deixou uma trilha de destroços e poeira.
Neste período, por cerca de um mês, algumas dessas partículas atingem nossa atmosfera, causando a chuva de meteoros que vemos — e que atinge seu pico durante cerca de dois dias, quando atravessamos a área mais central e densa do rastro.
As próximas chuvas visíveis do hemisfério sul são a Táuridas do Sul, com pico entre 9 e 10 de outubro, e a Orionidas, entre 20 e 21 do mesmo mês.
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