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Empresa ganha US$ 75 milhões para teste de DNA que faz cães viverem mais

Getty Images
Imagem: Getty Images

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt, em São Paulo

01/08/2021 04h00

Você gostaria que seu cachorro pudesse viver mais tempo? Uma startup americana focada em aumentar o tempo de vida dos cães em pelo menos três anos acaba de receber um financiamento de US$ 75 milhões (R$ 380 milhões) para aprofundar seus estudos nessa área.

A empresa, chamada Embark Veterinary, oferece testes de DNA que podem ajudar a prevenir doenças caninas. Atualmente, ela atende donos de cães nos Estados Unidos e no Canadá, mas pretende expandir seus serviços.

O investimento milionário veio de um fundo pertencente ao grupo japonês SoftBank, cujo fundador, Masayoshi Son, está utilizando os serviços da Embark para ajudar seu cão a viver mais.

O chefe-executivo da Embark, Ryan Boyko, aproveitou a atenção dada ao seu negócio para explicar como ele funciona numa entrevista recente ao site norte-americano "TechCrunch".

"Nós entregamos aos donos e criadores de pets ferramentas para criar o melhor futuro para seus cães", afirmou Boyko. "Por causa da pandemia, a questão da mortalidade fez com que as famílias percebessem que querem seus cachorros vivendo o máximo que puderem."

São dois pacotes vendidos pela empresa: um, voltado para tutores comuns de animais de estimação, custa US$ 129 (R$ 652,86). O outro, mais completo, para criadores profissionais, custa US$ 149 (R$ 754,13).

Por meio deles, segundo a Embark, é possível testar os cães para mais de 200 riscos de saúde, além de saber mais sobre suas origens usando DNA.

Como funciona

Há alguns exemplos usados pela Embark para demonstrar a utilidade dos seus serviços. Um deles é detectar em cães saudáveis, por exemplo, um gene que mostre predisposição para hérnia de disco.

Se esse gene é identificado, a recomendação é gerir com cuidado o peso do animal, alterando sua dieta, bem como impedir que ele faça coisas como saltar do sofá.

Outro risco genético comum é o excesso de ácido úrico na urina do cachorro, que pode levá-lo a desenvolver pedra na bexiga, devido à maneira com que os cães processam minerais. Uma simples mudança na dieta pode reduzir o risco disso, já que essas pedras são dolorosas e caras de se tratar, segundo Boyko.

Além disso, só de evitar a procriação consanguínea, ou seja, entre cães que são parentes, a Embark garante que o animal ganha dois anos a mais na expectativa de vida.

Origem dos negócios

Ryan Boyko se diz um apaixonado por cachorros, mas também um entusiasta da evolução. Ele estudou ciência da computação e biologia na Universidade de Harvard.

"Eu comecei a pensar em problemas de saúde e, para falar a verdade, cães são melhores para se usar genética em busca do aperfeiçoamento da saúde do que humanos", conta Boyko, que fundou a empresa com seu irmão, Adam, professor de medicina veterinária na Universidade de Cornell.

"Você pode cruzá-los, de modo que a genética tem tanto potencial para causar problemas quanto tem para melhorar a qualidade de vida."

O executivo espera que, nos próximos meses, a empresa chegue a ter um banco de dados de 1 milhão de cachorros, o que daria muito material para estudos mais avançados.