Alimentação é a chave: cientistas descobrem como medir um buraco negro
Uma pesquisa científica publicada ontem na revista "Science" indica uma nova possibilidade para o cálculo do tamanho de buracos negros supermassivos. Segundo os astrônomos da Universidade de Illinois Urbana-Campaign, nos EUA, os padrões espectrais fornecido pela "alimentação" dos buracos negros são a chave para a descoberta de sua massa.
Os padrões de oscilação no brilho dos discos de acreção, onde as partículas em volta do buraco negro são agregadas, não são uma novidade para a comunidade científica, no entanto, os pesquisadores ainda não sabiam ao certo a origem dessa oscilação.
Ao estudar dezenas de buracos negros supermassivos, todavia, a equipe do estudo publicado ontem determinou que a oscilação no disco de acreção está relacionada à massa do buraco negro dentro dele.
Para examinar qualquer conexão entre o tamanho do buraco negro supermassivo e a luz oscilante do disco do qual ele se alimenta, os cientistas começaram selecionando 67 desses gigantes, cada um com uma massa previamente estimada entre 10.000 e 10 bilhões de vezes a do Sol.
Quando os dados desses fenômenos indicaram uma relação entre si, os pesquisadores decidiram analisar os discos de acreção de estrelas anãs brancas, que são as reminiscências de estrelas como o Sol que já explodiram. Um comportamento similar entre os discos dos dois corpos de tamanho divergente foi detectado.
"Esses resultados sugerem que os processos que impulsionam a oscilação durante o acréscimo são universais, seja o objeto central um buraco negro supermassivo ou uma anã branca muito mais leve", disse Yue Shen, co-autor da nova pesquisa, em um comunicado.
Agora, os cientistas esperam que a mesma relação se mantenha para corpos com massa entre buracos negros supermassivos e as estrelas anãs brancas. Uma possibilidade de estudo, a partir dessa base, que intriga a comunidade científica reside no avanço do conhecimento sobre buracos negros intermediários, visto que só se tem conhecimento de um deles atualmente.
"Agora que há uma correlação entre o padrão de oscilação e a massa do objeto de acreção central, podemos usá-lo para prever como o sinal de oscilação de um IMBH [buraco negro intermediário] pode se parecer", destacou Colin Burke, estudante de graduação em astronomia e outro co-autor da pesquisa.
Base para o futuro
A partir de 2023, o Observatório Vera C. Rubin, no Chile, realizará a maior pesquisa de luz bruxuleante (oscilante) do cosmos de todos os tempo.
A pesquisa, batizada de "Legado de Espaço e Tempo", medirá os padrões de tremulação de bilhões de objetos e pode descobrir novos buracos negros intermediários, em que os padrões estimados pelas correlações determinadas no estudo podem ser confirmados.
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