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O drama da equipe feminina de robótica do Afeganistão para fugir do Taleban

"As Sonhadoras Afegãs", time de robótica só para meninas do Afeganistão, em apresentação na ONU em 2020 - Unicef Afeganistão/Fazel/2020
"As Sonhadoras Afegãs", time de robótica só para meninas do Afeganistão, em apresentação na ONU em 2020 Imagem: Unicef Afeganistão/Fazel/2020

Nicole D'Almeida

Colaboração para Tilt, em São Paulo

17/08/2021 19h46

A equipe que enfrentou a guerra, o terrorismo e a discriminação de gênero, símbolo de um Afeganistão mais progressista, está agora procurando desesperadamente uma maneira de sair do país após o retorno do Taleban ao poder no país.

As "Sonhadoras Afegãs", meninas da equipe de robótica do Afeganistão que participa de competições internacionais, estão no aeroporto internacional de Cabul aguardando ajuda para continuar seu projeto de educação em tecnologia no exterior, disse uma defensora do grupo à imprensa canadense.

"Essas meninas estão extremamente apavoradas", disse a advogada internacional de direitos humanos Kimberley Motley, de Nova York, ao "Canadian Broadcast News" no domingo. A advogada está tentando levar as meninas para o Canadá para completar os estudos.

De acordo com Motley, as universidades de Herat estão rejeitando as meninas, pedindo que não voltem lá. A advogada ainda teme que o Taleban as force a se tornarem crianças noivas, encerrando suas potenciais carreiras em tecnologia.

A equipe, composta por 25 meninas de 12 a 18 anos, originária da capital provincial de Herat, foi criada em 2017 por Roya Mahboob, uma empresária afegã de tecnologia dirigente do Fundo de Cidadão Digital, que oferece aulas de STEM (sistema de aprendizado que reúne ciência, tecnologia, engenharia e matemática) e robótica para garotas.

O grupo participou da Competição Internacional de Robótica em 2018 com projetos elaborados em duas semanas — em vez dos quatro meses normalmente concedidos aos demais participantes. Com isso, as meninas conquistaram a medalha de prata por "Conquista corajosa" na competição.

Além disso, em 2020, criaram um ventilador de baixo custo para pacientes com a Covid-19 em cerca de quatro meses. O modelo que usava peças de automóveis foi baseado no design do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA), com orientação de especialistas da Universidade de Harvard.