Sem tempo, irmão
- O VivoBook 15 é um notebook intermediário da Asus com preço salgado: a partir de R$ 6.500
- Modelo testado tem processador Intel Core i7, 16 GB de RAM, 512 GB de SSD e placa de vídeo dedicada
- Notebook oferece bom equilíbrio de recursos, potência, design e versatilidade; vale a pena se o preço não assustar
A última vez que eu precisei comprar um notebook, encontrar um que equilibrasse potência, versatilidade, design e, principalmente, um preço que coubesse no meu orçamento, não foi fácil. Mas o VivoBook 15, da Asus, chega perto de cumprir quase todos esses requisitos.
Lançado em março deste ano, o VivoBook 15 que recebi por empréstimo da Asus para este review tem quase tudo que alguém poderia pedir em um notebook: design arrojado, leve e fácil de carregar, ficha técnica poderosa e uma tela caprichada. O único elemento que não dá para celebrar é o preço. O modelo que eu testei, denominado X513EP, com 16 GB de RAM, custa mais de R$ 6.500.
Não dá para dizer que o preço é absurdo diante da situação do mercado, mas está longe de ser acessível para a maioria dos brasileiros. O que é uma pena. O VivoBook 15 consegue equilibrar, como poucos notebooks vendidos hoje no Brasil, as principais características de um computador feito para estudar, trabalhar, lazer e até viagens.
Bonito, leve e "clean"
Em termos de design, o VivoBook 15 é básico, porém sofisticado. Aqui não há aquelas excentricidades da Asus, como uma segunda tela no teclado. O visual é simples, com corpo de plástico, e um acabamento fosco que ajuda a disfarçar sujeira e, principalmente, marcas de dedo.
O notebook é leve e fino o bastante para caber numa mochila. As bordas finas ao redor da tela deixam-no ainda mais compacto, sem sacrificar nada das 15 polegadas (38,1 cm) do painel. Há modelos mais finos e leves no mercado, só que bem mais caros, como o famigerado MacBook, da Apple.
Por outro lado, a Asus fez alguns pequenos sacrifícios aqui e ali para manter esse visual compacto. Não há entrada para cabo de rede no notebook, por exemplo — algo que viria a calhar naqueles momentos em que o wi-fi de casa insiste em fraquejar durante o home office.
Outro elemento que faz falta, ainda mais num notebook dessa faixa de preço, é um leitor de impressões digitais para acelerar o login.
Além disso, o teclado — retroiluminado para ajudar quem usa o notebook à noite, e muito confortável — faz malabarismos para aproveitar bem o espaço. Vários caracteres dividem as mesmas teclas, o que pode confundir quem está acostumado com um teclado mais amplo.
A minha dificuldade foi achar o ponto de interrogação, que fica escondido junto à tecla W. É preciso pressionar Alt Gr + W para pontuar perguntas. Mas como todo teclado novo, você leva um tempo para se acostumar e depois não consegue mais usar outros formatos.
A tela, por sua vez, tem bons ângulos de visão e cores bem calibradas. Mas é um painel TN que causa algumas distorções dependendo do ângulo que você olha. Nada que incomode, porém. Mesmo com as limitações, a tela exibe imagens muito boas em alta definição (Full HD).
Potente em quase tudo, menos na bateria
O modelo que eu testei vem com uma ficha técnica exemplar: processador Intel Core i7 de 11ª geração, 16 GB de RAM, 512 GB de SSD e placa de vídeo dedicada de 2 GB. Em outras palavras, é um computador muito veloz.
A placa de vídeo da Nvidia pode até enganar, mas este não é um notebook gamer. Ele funcionou muito bem em joguinhos mais leves como "Stardew Valley" e "Sonic Mania", mas passou um sufoco para renderizar os gráficos em 3D e os 40 jogadores online de "Fall Guys".
Mesmo nos jogos mais exigentes e nos programas de edição de vídeo mais complexos, o VivoBook 15 não ficou muito quente nem fez muito barulho, o que encaro como um ponto positivo, diga-se de passagem.
O que deixa a desejar um pouco é a bateria. O tempo de recarga é ok, mas o notebook gasta rápido quando está em uso. Quando o usei para trabalhar — isto é, 8 horas por dia —, tive que carregar todos os dias, às vezes mais de uma vez. Mas em repouso ele é bem econômico.
Além de jogar e navegar na web, um bom notebook em 2021 precisa fazer boas chamadas de vídeo. E o VivoBook 15 manda bem em apenas metade desta tarefa. O som do aparelho é quase perfeito: a placa de áudio da Harman Kardon garante graves potentes e nada estridentes, algo que poucos notebooks intermediários acertam.
Já a webcam é uma tragédia. A resolução é baixa e há muito ruído nas imagens. Mas justiça seja feita: webcams são ruins até em computadores de mesa de R$ 20 mil, como os iMacs da Apple. A expectativa aqui já não era das melhores para começo de conversa.
O microfone ainda vem com um suposto cancelamento de ruído para melhorar a qualidade do seu áudio nas videochamadas. Fiz o teste e tentei conversar com amigos com a TV ligada num vídeo de tempestade do YouTube num volume incômodo. Me disseram que mal dava para ouvir o chiado do outro lado da linha, então considero esse recurso um sucesso.
A experiência de software do computador também é bacana. O modelo que testei vem com Windows 10, mas você pode comprar um com o Endless OS e pagar um pouco menos no preço final. Ele já tem todo o necessário para rodar o vindouro Windows 11 — tanto que até instalei a versão beta nele e continuei usando-o sem bugs ou travamentos.
O que incomoda um pouco é o bloatware — aqueles programas pré-instalados que só servem para ocupar espaço no armazenamento. Além do app de suporte da Asus, temos aqui o antivírus McAfee, que irrita bastante quando aparece como um pop-up gigante do nada três a quatro vezes por dia.
Vale a pena?
Se o VivoBook 15 fosse um hambúrguer de carne bovina, ele seria "ao ponto": nem tão "bem passado" quanto um notebook gamer cheio de firula, nem tão "mal passado" quanto um netbook que você teria que trocar após seis meses de uso.
Ele dá conta do recado se você quiser usá-lo a trabalho, para estudar ou para lazer. Mas falta um tempero a mais para ser perfeito, como um leitor de impressões digitais, uma tela de LED, uma placa de vídeo mais poderosa ou uma entrada para cabo de rede.
Nessa faixa de preço, porém, é difícil achar um notebook tão bem equilibrado. O mais próximo é o Inspiron 3000, da Dell, que não é tão caprichado no design ou na tela quanto o modelo da Asus.
Se você fizer questão de um computador realmente completo, com tudo que o VivoBook 15 tem e mais o que ele não tem, vai ter que pagar para lá de R$ 9.000 ou se contentar com um modelo "gamer" que com certeza não será tão prático e discreto.
Em resumo: o VivoBook 15 é caro, sim. Mas diante da concorrência disponível no Brasil e da realidade do mercado, poucos notebooks entregam o que ele entrega nessa mesma faixa de preço. Se couber no seu orçamento, ele não vai te decepcionar.
Asus VivoBook 15 (X513 EP): ficha técnica
- Tela: IPS LCD TN; 15,6 polegadas; Full HD;
- Processador: Intel Core i7-1165G7 (11ª geração);
- Placa de vídeo: Nvidia GeForce MX330 (2 GB GDDR5);
- Memória: a partir de 8 GB de RAM
- Armazenamento: 256 GB ou 512 GB de SSD;
- Bateria: 42 Wh (três células);
- Conectividade: USB 3.2 (1), USB-C 3.2 (1), USB 2.0 (2), HDMI (1), Wi-Fi 5, Bluetooth 5.0, entrada para fones de ouvido;
- Webcam: HD (720p);
- Sistema operacional: Windows 10 ou Endless OS;
- Extras: teclado retroiluminado com LED; placa de som Harman Kardon; microfone com cancelamento de ruído;
- Dimensões: 359 x 235 x 19,9 mm;
- Peso: 1,8 kg.
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