Projeto brasileiro imprime tecido de pulmão 3D para tentar combater a covid
Pesquisadores desenvolveram uma plataforma para fabricar biotecidos 3D a partir de células pulmonares humanas para estudar a interação do novo coronavírus. O objetivo é compreender a entrada do vírus no organismo e ajudar no desenvolvimento de novos testes e possíveis medicamentos para combater a covid-19. O projeto é da startup Gcell Cultivo 3D, da Incubadora de Empresas da Coppe da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e tem parceria com o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Com ajuda de uma plataforma automatizada de pipetagem (processo de transferência de líquidos), a equipe consegue formar tecidos tridimensionais e em larga escala. A plataforma funciona como um robô, que utiliza pipetas para dispensar líquidos celulares nos recipientes.
O próximo passo que os pesquisadores querem alcançar é a bioimpressão de um pulmão completo.
"Para desenvolver no laboratório um tecido de pulmão 3D, você tem que utilizar a plataforma para plaquear, ou seja, identificar e separar os diferentes tipos de células que compõem um tecido natural, para depositar as que interessam no local adequado de forma a obtermos a estrutura tridimensional", explica Leandra Baptista, biomédica e sócia-fundadora técnica da Gcell, em nota da universidade.
Durante os estudos iniciais, foi possível constatar que o coronavírus infecta as células, causando lesões. Os pesquisadores utilizaram equipamentos de microscopia eletrônica confocal para fluorescência, microscopia eletrônica de varredura e microscopia eletrônica de transmissão, que permitem ver as lesões e o próprio vírus.
Esta visualização de maior precisão comprova as alterações que o vírus causa e comprova também sua presença no tecido pulmonar.
Antes de investigar o comportamento do vírus nas células pulmonares, os pesquisadores já tinham trabalhando com cultivos de células neurais. Agora, além do pulmão, eles querem estudar as células de toda a cadeia respiratória, como dos brônquios e traqueias.
"Uma vez comprovada sua eficácia durante os testes, o modelo poderá ser disponibilizado e utilizado não somente para avaliar os impactos da covid-19, mas também para outras doenças pulmonares", diz Wanderley de Souza, professor do Instituto de Biofísica da UFRJ.
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