Você venderia sua biometria da mão por US$ 10? É isso que a Amazon quer
Você venderia seus dados biométricos por U$ 10 (pouco mais de R$ 50)? Esse é a oferta atual da Amazon. A gigante de tecnologia anunciou que pagará, em média, esse valor aos clientes que fizerem os seus chamados "palm prints", impressões biométricas das mãos, e vincularem esses dados às suas contas Amazon. O dinheiro ficará disponível como crédito promocional.
Os scanners biométricos da Amazon, conhecidos como "Amazon One", foram lançados em 2020. Com a pandemia de covid-19, a funcionalidade foi bastante útil no pagamento de produtos nas lojas físicas da empresa espalhadas pelos Estados Unidos. Para efetuar uma compra, não era necessário usar dinheiro físico, bastava aproximar a palma da mão do aparelho.
A tecnologia não parou de evoluir. Em fevereiro deste ano, esses scanners foram implementados em supermercados, livrarias e lojas da Amazon em Seattle, nos Estados Unidos. Atualmente, a tecnologia está presente em grande parte do território norte-americano, nas cidades de Nova York, Nova Jersey, Maryland e Texas.
Com o "palm print", segundo a empresa, é possível validar a identidade do cliente quando ele está em um de seus estabelecimentos, garantindo mais segurança. Por meio da biometria, são capturadas "características mínimas da palma da mão — tanto os detalhes da área da superfície, como linhas e saliências, quanto as características subcutâneas, como padrões de veias — para criar a assinatura da palma".
Por outro lado, críticas...
O recurso é visto com bons olhos por garantir mais segurança ao processo de pagamento. Porém, especialistas se preocupam com a utilização desenfreada e pouco clara dessa tecnologia.
Diretor executivo do Surveillance Technology Oversight Project, Albert Fox Cahn teme o futuro dessa tendência, dizendo que qualquer pessoa pode mudar o nome e alguns documentos, mas não sua biometria. Por isso, para ele, é importante tomar cuidado com o assunto de privacidade e com a normalização do seu uso.
"O futuro distópico da ficção científica é agora. É horrível que a Amazon esteja pedindo às pessoas que vendam seus corpos, mas é ainda pior que as pessoas estejam fazendo isso por um preço tão baixo ", disse Cahn por e-mail ao site "TechCrunch".
Procurada pela imprensa norte-americana, a Amazon não quis se pronunciar sobre o caso.
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