Nasa lançará telescópio James Webb em dezembro; veja o que vem a seguir
A Nasa, agência espacial norte-americana, informou em comunicado nesta quarta-feira (8) que o telescópio de última geração James Webb, observatório de ciências espaciais mais complexo do mundo, tem uma nova data para ser enviado ao espaço: 18 de dezembro deste ano. O seu lançamento já passou por adiamentos. Até então, ele ocorreria no dia 31 de outubro.
De acordo com a Nasa, a nova data foi definida após o telescópio e o foguete que o enviará para o espaço terem sido aprovados nos testes finais. E todo cuidado é pouco: com 13,2 metros de comprimento e 4,2 metros de largura, o novo olho espacial da agência dos EUA tem o tamanho de um caminhão e pesa 6,5 toneladas. Quando desdobrado no espaço, o seu guarda-sol protetor terá o tamanho de uma quadra de tênis.
"Webb é uma missão exemplar que significa o epítome da perseverança", destacou Gregory L. Robinson, diretor do programa de Webb na sede da Nasa em Washington, no comunicado. "Estou inspirado por nossa equipe dedicada e nossas parcerias globais, que tornaram possível este incrível empreendimento. Juntos, superamos obstáculos técnicos ao longo de nossa jornada."
A agência espacial norte-americana garante que o James Webb está pronto para o envio ao seu local de lançamento.
O transporte
Agora, embrulhado num casulo protetor especial, o observatório de ciências espaciais se prepara para viajar de navio, pelo Canal do Panamá, rumo ao porto espacial europeu de onde será lançado. A base fica em Kourou, na Guiana Francesa — em uma região faz fronteira com o Amapá.
O estágio superior do foguete Ariane 5, que levará o telescópio ao espaço, já está a caminho do porto espacial desde 17 de agosto. Ele partiu de Bremen para o porto de Neustadt, na Alemanha.
Quando o telescópio chegar à base de lançamento, serão feitas as últimas configurações para o voo - o que inclui verificações pós-embarque para garantir que o observatório não tenha sido danificado durante o transporte, entre outras tarefas.
Em seguida, as equipes de engenharia irão acoplar o observatório ao seu veículo de lançamento. O último passo será um ensaio geral, para então seguir até a plataforma de lançamento, dois dias antes da data programada.
A bordo do Ariane 5, o telescópio voará por 26 minutos, e depois disso, após se desprender, ele vai voar até um ponto de Lagrange — localização orbital pretendida no espaço — , a uma distância de mais de 1 milhão de km da Terra, com seus próprios motores, em um percurso que deve levar cerca de um mês. Enquanto isso, ele vai desdobrando-se lentamente à medida que avança.
Rotina pré-lançamento
Assim que o protetor solar começar a se abrir, o telescópio e os instrumentos entrarão na sombra e começarão a esfriar com o tempo. Nas semanas seguintes, a equipe da missão irá monitorar de perto o resfriamento do observatório, gerenciando-o com aquecedores para controlar tensões nos instrumentos e estruturas.
Enquanto isso, o tripé do espelho secundário se desdobrará, o espelho primário se desdobrará, os instrumentos de Webb serão ligados lentamente e os disparos do propulsor irão inserir o observatório em uma órbita prescrita.
Assim que o observatório tiver esfriado e estabilizado, será necessário um trabalho para alinhamento de sua ótica e calibrações de seus instrumentos científicos — que têm previsão de durar alguns meses.
O quê e quando ele vai começa a 'trabalhar'?
A previsão da primeira pesquisa do James Webb — que é uma missão internacional das agências espaciais dos EUA (Nasa), Europa (ESA) e Canadá (CSA), com custo de US$ 10 bilhões — é de começar não antes de seis meses após o lançamento.
Durante esse tempo ele irá "se acostumar" com o novo habitat. Com isso, supondo que tudo dê certo com o lançamento e implantação, as operações científicas começarão em 2022.
Concebido há mais de 30 anos e apontado como o sucessor do telescópio espacial Hubble, o James Webb será o maior observatório já colocado em órbita.
Apesar da constante comparação entre os dois telescópios, eles enxergam o universo de forma diferente: o Hubble faz observações em luz visível e ultravioleta, enquanto o foco do Webb é ver as coisas no infravermelho.
Essa distinção abre toda uma dimensão da astrofísica, ciência planetária e cosmologia que ainda não foi explorada totalmente.
A expectativa é que o Webb tenha a oportunidade de sondar mundos distantes em busca de sinais de habitabilidade e vida, dar uma nova olhada em objetos mais frios — como cometas e galáxias mais antigas —, e ser capaz de perscrutar bilhões de anos-luz de distância para nos dar um vislumbre do universo em seus primórdios.
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