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Bonitos, mas assustadores: o que usuários têm achado dos óculos do Facebook

Ray-Ban Stories, os óculos inteligentes do Facebook - Divulgação/Facebook
Ray-Ban Stories, os óculos inteligentes do Facebook Imagem: Divulgação/Facebook

Thaime Lopes

Colaboração para Tilt, em São Paulo

10/09/2021 19h06

Agora é oficial: os óculos inteligentes do Facebook estão oficialmente à venda. Chamados de Ray-Ban Stories, uma referência direta ao Instagram, esses óculos podem ser comprados em 20 modelos e 5 opções de cores e lentes nos Estados Unidos.

Segundo jornalistas estrangeiros que já testaram o produto, o Ray-Ban Stories é a melhor versão de óculos inteligente dos últimos anos. Mas vindo do Facebook, uma empresa cuja reputação na área de privacidade não é das melhores, e com o conceito curioso de se usar celulares na cara, a maioria das primeiras análises levanta dúvidas sobre a viabilidade do projeto.

Joanna Stern, jornalista do "The Washington Post", fez um experimento: levou os Ray-Ban Stories para uma volta no parque e começou a gravar pessoas aleatórias. Mesmo chegando perto, a maioria não notava a pequena luz de LED ao lado da câmera e não se davam conta de que estavam sendo filmados pelos óculos.

"A maioria não percebe aquela pequena luz de gravação e não pensa duas vezes antes de usar esses óculos", diz Joanna. "As pessoas simplesmente pensam: 'ficou ótimo'. O que basicamente poderia transformá-los em óculos de espionagem."

Por sua vez, a qualidade das imagens não impressiona. "Não é do tipo que você veria usando um iPhone, mas não é ruim demais para compartilhar", diz a jornalista. Segundo ela, os óculos são úteis em situações em que você não queira tirar o celular do bolso para criar stories ou tirar uma foto: "o ponto de vista em primeira pessoa é simplesmente demais".

Se óculos com câmeras e microfones de alta qualidade são o futuro, então, argumenta Joanna, "precisamos, no mínimo, de um indicador maior de que estes não são só óculos de sol clássicos, mas câmeras capazes de gravar todo mundo que encontramos".

O tamanho da luz que avisa que os óculos estão gravando também é uma crítica Alex Heath, do site "The Verge". "Embora seja obviamente bom que essa luz exista, acho que poderia ser mais brilhante e mais proeminente", diz o jornalista.

O ponto positivo é o visual. "Diferentemente de quase todos os outros óculos inteligentes que já testei, estes realmente parecem óculos normais. São quase tão leves quanto óculos normais."

Já Lucas Matney, do site "TechCrunch", destacou a qualidade do áudio. "As saídas de som próximas ao ouvido vão te surpreender com a qualidade em ambientes quietos e te deixar insatisfeito quando estiver num local mais barulhento."

A bateria "sólida" é um ponto positivo, segundo Lucas, que destaca também o benefício de usar a caixa original dos óculos como estojo de carregamento — semelhante às caixas de fones de ouvido sem fio como os AirPods. Um ponto negativo, segundo ele, é a falta de proteção contra água ou mesmo respingos.

Apesar de ainda não ter previsão para ser lançado no Brasil, o preço nos Estados Unidos é de US$ 299 — valor que pode subir caso o consumidor precise de lentes de grau, por exemplo. Austrália, Canadá, Irlanda, Itália e Reino Unido são os outros países que já receberam a novidade.