Um asteroide de 300 metros passou 'perto' da Terra hoje e você nem percebeu
Uma enorme rocha espacial passou o mais perto que já esteve de nosso planeta nesta quarta-feira (22), precisamente às 11h42 (horário de Brasília).
"Perto" em referenciais astronômicos: o asteroide 2021 NY1 chegou a aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros da Terra — mais ou menos quatro vezes a distância entre nós e a Lua. Ou seja, não havia qualquer risco de colisão.
Mas, se eventualmente nos atingisse, o 2021 NY1 poderia causar um estrago considerável em alguma cidade. Com um diâmetro estimado entre 130 e 300 metros —ou seja, até três campos de futebol—, ele passou voando a uma velocidade de 9,35 km/s.
Por que isso importa?
Esta rocha é classificada pelas agências espaciais internacionais como um "objeto próximo Terra" (Near-Earth Object ou NEO, na sigla em inglês), em uma lista que classifica asteroides e cometas potencialmente perigosos à humanidade. Entre outros fatores, são considerados o tamanho, órbita e futuras aproximações.
A órbita de um asteroide ao redor do Sol é imprevisível, podendo ser alterada pelas interações gravitacionais com outros corpos, como os planetas e o próprio Sol. Por isso, a cada passagem, astrônomos observam, monitoram e realizam novos cálculos de sua evolução orbital.
Esta visita do 2021 NY1 é importante justamente para isso: entendermos mais sobre sua composição e seu comportamento, adquirindo conhecimentos que podem ser utilizados para prever também as características de outras rochas espaciais semelhantes.
Além disso, asteroides e cometas são corpos muito antigos, que podem nos dar pistas sobre o processo de formação do Sistema Solar e até do surgimento da vida.
Telescópios e radares do mundo todo estão apontados para ele, observando sua aproximação e afastamento. Daqui do Brasil, ainda não é possível observá-lo, pois está aparecendo durante o dia.
De acordo com o Observatório Nacional, a partir de sábado (25), o asteroide começará a ficar visível durante a madrugada — somente para grandes telescópios — e nossos astrônomos também terão a chance de estudá-lo.
Por enquanto, não há qualquer impacto futuro previsto. A próxima passagem do 2021 NY1 perto da Terra acontece em 2044, muito mais longe, a cerca de 5,9 milhões de quilômetros da Terra. Um encontro mais perto ocorrerá apenas em 2105, a 2,6 milhões de quilômetros, também totalmente seguro.
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