Por que o iPhone 14 pode ser último celular da Apple com entrada lightning
Um novo projeto de regulamentação do mercado tecnológico na União Europeia desagradou a Apple: pela proposta, revelada na última semana, os dispositivos comercializados nos países do bloco teriam obrigatoriamente que trazer uma entrada padrão USB-C.
O iPhone, smartphone da empresa norte-americana, não possui esse tipo de conector, sendo carregado por meio de uma porta chamada "Lightning", desenvolvida pela própria Apple.
A ideia por trás da medida seria reduzir a quantidade de lixo tecnológico produzida por pessoas nos países pertencente ao bloco. Quanto mais cabos e carregadores diferentes no mercado, menos se reaproveitam esses produtos.
"Os consumidores europeus há muito tempo têm se frustrado com carregadores incompatíveis se acumulando em suas gavetas", anunciou Margrethe Vestager, vice-presidente executiva da Comissão Europeia, num comunicado divulgado na última semana. A comissão é o braço executivo da UE.
"Nós demos tempo demais à indústria para que criasse suas próprias soluções. Agora chegou o momento de tomar ação legislativa em nome de um carregador comum."
O projeto prevê que todos os smartphones, tablets, câmeras digitais, videogames portáteis e fones de ouvido vendidos na União Europeia precisarão ter essa entrada USB-C, a mais comum do mercado atualmente. Os fabricantes teriam dois anos para se adaptar à exigência.
Apesar da decisão pública, ainda se espera que a nova regulamentação seja debatida com a indústria e passe por mudanças antes de entrar em vigor.
Problema novo para a Apple
O conector Lightning surgiu com o iPhone 5 em 2012. À época, a Apple foi bastante criticada por acabar com seu antecessor, o conector de 30 pinos, já que os consumidores rapidamente perceberam que seus fios e carregadores antigos ficariam inutilizados com a mudança.
Porém, quase uma década se passou desde então, muitos trocaram de smartphone e os ânimos esfriaram, já que os iPhones seguintes mantiveram o padrão de conector.
Agora, a empresa se diz "preocupada". Em declaração ao site TechRadar, um porta-voz da Apple afirmou que a medida "sufocaria a inovação, em vez de encorajá-la", o que, por sua vez, "prejudicaria os consumidores na Europa e ao redor do planeta".
A empresa, embora tenha reconhecido a intenção de promover a sustentabilidade com a medida, argumentou que está fazendo sua parte para cuidar do meio ambiente. "Algumas das ideias mais inovadoras da Apple estão relacionadas a construir produtos com materiais reciclados e renováveis", defendeu o porta-voz. Ele também lembrou que as atividades da empresa têm emissão de carbono neutra.
iPhone 14 pode ser o último com o Lightining
Os responsáveis por desenvolver a regulamentação argumentam que não estão forçando a Apple a se livrar do conector Lightining. Segundo Thierry Breton, comissário europeu de mercado interno, o que eles desejam é apenas "tornar a vida dos nossos cidadãos um pouco mais fácil".
Em entrevista coletiva na semana passada, Breton afirmou que os fabricantes de dispositivos eletrônicos podem colocar mais de um tipo de entrada nos aparelhos, desde que uma delas seja no formato USB-C.
Mas isso não é atrativo para a Apple, uma vez que ter dois conectores diferentes certamente aumentaria os custos de produção dos seus smartphones. Com o prazo de adaptação à medida que está previsto para a indústria, o iPhone 14, que deve sair em 2022, poderia ainda ter apenas o conector Lightning, mesmo no mercado europeu.
Mas a 15ª geração e as demais que vierem depois de 2023 teriam que ou ter duas entradas para carregador, ou adotar a porta USB-C para terem sua venda liberada na União Europeia.
Vale dizer que a Apple tem feito alguns esforços nesse sentido. Recentemente, o MacBook, linha de notebooks da empresa, e o iPad Pro, uma linha de tablets da marca da maçã, adotaram entradas USB-C. Mas essa mudança ainda não chegou ao iPhone.
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