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Covid: YouTube derrubou mais de 130 mil vídeos com fake news sobre vacina

Melissa Cruz Cossetti

Colaboração para Tilt, do Rio de Janeiro

29/09/2021 10h00

Em parceria com autoridades sanitárias de diferentes países, o YouTube está ampliando os seus esforços para combater a desinformação sobre saúde. Desde outubro do ano passado, já foram retirados mais de 130 mil vídeos que desrespeitam as políticas da plataforma sobre vacinas contra a covid-19 — e uma soma ainda maior, de mais de um milhão de vídeos, com informações falsas da pandemia no geral.

Agora, o trabalho iniciado no decorrer dos contágios pelo coronavírus será estendido também para outros tipos de imunizantes, anunciou a empresa nesta quarta-feira (29).

De acordo com o YouTube, "conteúdo falso, que sugira especificamente que as vacinas aprovadas são perigosas e causam efeitos crônicos, que afirme que as vacinas não reduzem a transmissão do vírus ou a taxa de pessoas doentes, ou que traga informações enganosas sobre os ingredientes das vacinas, será removido".

Isso inclui vídeos que afirmam, de forma enganosa, que vacinas causam autismo, câncer e/ou infertilidade. Ou que, ainda, podem rastrear pessoas imunizadas.

As novas políticas não se aplicam apenas à vacinação contra a covid-19 ou se limitam a programas de vacinação de rotina — contra sarampo e hepatite B — mas se estendem por toda a classe de imunizantes que vem sendo atacada por integrantes de movimentos antivacina.

Em parceria com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a plataforma desenvolveu dez regras contra informações enganosas sobre o coronavírus, ainda no início da pandemia. E, já há algum tempo, proíbe conteúdo que promova remédios prejudiciais ou que prometem curas falsas.

As novas diretrizes, além de derrubar conteúdo contra as vacinas, ainda dirige os usuários que pesquisaram ou foram expostos a esses vídeos a informações públicas sobre vacinas, fornecidas por autoridades sanitárias globais e locais, e sustentadas por consenso médico.

Segundo o YouTube, as novas políticas que englobam a defesa mais ampla das vacinas entram em vigor nesta quarta-feira (29), mas pode levar algum tempo até que os sistemas de aprendizado de máquina coloquem em prática a aplicação das novas regras no site.

Matt Halprin, vice-presidente e diretor global de Confiança e Segurança, explica que a covid-19 jogou um holofote sobre a desinformação envolvendo vacinas de forma geral. Por isso, a empresa decidiu expandir sua política contra as fake news relacionadas.

Exceções à política de tolerância zero

Contudo, a política atualizada sobre vacinas tem exceções (que não podem ultrapassar o limite de "causar danos").

Considerando a importância da discussão e do debate público sobre processos científicos, o YouTube diz que continuará permitindo conteúdo sobre políticas relacionadas a vacinas, novos ensaios clínicos com imunizantes, além de sucessos e fracassos históricos com desempenho das vacinas aprovadas.

Relatos pessoais sobre vacinas e reações, por exemplo, também serão permitidos, desde que esse vídeo não viole outras diretrizes da comunidade e que o canal como um todo não demonstre um padrão de promover comportamentos considerados contrários à vacinação.

"Contanto que esses vídeos não ultrapassem o limite do testemunho pessoal para generalizar e tragam declarações das lideranças que promovem a hesitação da vacina", disse Halprin.