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Apareceu 5G na tela do celular? Como usar? Tire dúvidas sobre a tecnologia

James Yarema/Unsplash
Imagem: James Yarema/Unsplash

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

08/10/2021 04h00

O leilão do 5G finalmente se aproxima no Brasil, previsto para acontecer no dia 4 de novembro. O sonho da internet até 100 vezes mais rápida que o 4G está mais perto. Mas, na prática, ainda falta muito para que a tecnologia chegue de fato à palma de nossas mãos.

O país até possui alguns testes da tecnologia, mas ela não funciona em sua totalidade. Além do mais, precisamos de um celular compatível para que o 5G funciona corretamente.

Como saber se já é hora de investir um modelo adaptado para o futuro das conexões móveis? E o que é o ícone do 5G que aparece em alguns celulares? Dúvidas como essas é que vamos tirar agora.

Eu preciso de um celular novo para usar o 5G?

A resposta para a maioria das pessoas será: sim. Os smartphones compatíveis com a nova tecnologia são lançamentos recentes. A Apple, por exemplo, só foi lançar um modelo que funciona com o 5G no ano passado, meses depois dos concorrentes. E isso significa que versões anteriores ao iPhone 12 não funcionarão com a internet mais rápida.

Fabricantes como a Samsung e a Motorola anteciparam suas entradas no mercado da tecnologia de quinta geração e já ofertam modelos variados compatíveis (confira uma lista mais completa a seguir).

Vale a pena investir agora em um celular com 5G?

Tudo depende do seu perfil: você é early adopter, entusiasta de novas tecnologias? Nesse caso, se prepare para desembolsar uma grana, porque os primeiros celulares 5G no Brasil ainda são meio caros.

Mas se você só quer um sinal de internet melhor para ver séries e navegar nas redes sociais, não precisa se empolgar com o 5G — ainda. As tecnologias de internet móvel que existem hoje já dão conta do recado, e o salto para a quinta geração não será tão imediato assim.

O 5G "real/oficial" ainda não existe no Brasil

Algumas operadoras de telefonia já oferecem uma tecnologia de 5G de transição em certas cidades brasileiras. É o chamado 5G DSS (Dynamic Spectrum Sharing ou Compartilhamento Dinâmico de Espectro).

Sim, ela entrega maior velocidade e um gostinho do que está por vir, mas não é o 5G em larga escala, igual ao já implantado em países como Estados Unidos, China, Canadá, Espanha, Itália, Reino Unido e Austrália. Afinal, o seu avanço depende diretamente do leilão que acontecerá em novembro.

O DSS utiliza as frequências (espécie de rotas) usadas pelo 3G e 4G, com ajustes de configurações e softwares, para potencializar a conexão nos aparelhos compatíveis e oferecer uma internet mais rápida. Mas não tem a latência (tempo de resposta entre um comando e resposta dele) baixa do 5G "de verdade", que só chegará a partir do ano que vem (se promessas forem concretizadas).

Esses testes explicam o fato de alguns celulares mais recentes exibirem às vezes o ícone do 5G na tela do telefone, bem no lugar onde tradicionalmente aparece o símbolo do 4G. Em geral, os smartphones fazem essa transição sozinhos. Ao detectar a conexão de quinta geração, eles mudam automaticamente.

Contudo, a Apple oferece nos iPhones mais novos a opção de mudar essa configuração. As opções que aparecem são 5G on (sempre ligado), 5G Auto (ele mudará conforme achar que precisa) e o LTE (que significa o 4G).

E qual celular já funciona com 5G no Brasil?

Se você quer experimentar o 5G DSS, ou quer se antecipar e já começar 2022 com um celular pronto para a nova geração, saiba que eles já estão entre nós.

Diversos fabricantes já comercializam no Brasil aparelhos equipados com a tecnologia 5G. Claro que isso tem um preço considerável, pois estamos falando de modelos, em sua maioria, premium e top de linha. Veja alguns deles:

Motorola: Moto G50 5G (um dos mais acessíveis, com preço em torno de R$ 2 mil); Moto Edge 20; Moto Edge 20 Pro; Moto Ege 20 Lite; Moto G100; Moto G 5G; Moto G 5G Plus; Motorola Edge; Motorola Edge+.

Samsung: Galaxy Z Fold 3 5G; Galaxy Z Flip 3 5G; Galaxy A52 5G; Galaxy A32 5G; Galaxy S21 Ultra 5G; Galaxy S21 5G; Galaxy S21+ 5G; Galaxy Note 20; Galaxy Note 20 Ultra; Galaxy Z Fold 2.

Apple: iPhone 12; iPhone 12 Pro; iPhone 12 Pro Max; iPhone 12 Mini, iPhone 13; iPhone 13 Pro; iPhone 13 Pro Max; iPhone 13 Mini.

Xiaomi: Mi 11, Mi 10T, Mi 10T Pro, Redmi Note 10 5G, Poco M3 Pro 5G.

Realme: Realme 8 5G; Realme 7 5G.

Lenovo: Lenovo Legion Phone Duel.

Asus: ROG Phone 5s Pro; ROG Phone 5s; ROG Phone 5; ROG Phone 3.

Vale a pena?

O 5G tem o potencial de transformar a indústria, os serviços médicos, os transportes, a administração pública e muito mais. Cirurgias remotas, carros autônomos e outras inovações desenvolvidas há anos poderão ser adotadas em massa, graças à velocidade e à baixa latência da nova geração de internet móvel.

Mas a experiência completa da quinta geração de redes móveis só chegará aqui, provavelmente, no segundo semestre de 2022. Não basta apenas acontecer o leilão, as operadoras ainda precisarão implantar de fato a tecnologia, além de migrar a TV aberta via satélite — um processo complexo e caro.

Uma pessoa que usa o celular mais para acessar serviços digitais, que usa poucos recursos e não liga para usar um carro ou uma casa conectada, não deve sentir tanta diferença na atualização. Afinal, a tecnologia 4G já atende nossas principais necessidades. Se você se identifica, fica a dica: ainda não precisa investir em um aparelho adaptado (e mais caro) por enquanto.

Por isso, mesmo quem quer acompanhar a modernização em primeira mão, não precisa se apressar para comprar um celular capaz de receber a nova internet. Ele só será necessário daqui alguns meses —talvez um ano—, para usufruir da altíssima velocidade e baixa latência. Vale lembrar que as tecnologias 3G e 4G continuarão funcionando normalmente, e até serão expandidas.