Bolsonaro cria conta na Gettr, rede social pró-Trump e alvo de polêmica
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criou uma conta oficial na rede social Gettr, lançada pela equipe do ex-presidente americano Donald Trump e alvo de polêmica durante a passagem do CEO da empresa, Jason Miller, pelo Brasil em setembro deste ano.
Ao anunciar a entrada na rede, Bolsonaro disse que a Gettr é "mais uma rede social alternativa para ampliação de diversas fontes de informações que lamentavelmente são omitidas de forma proposital".
Ex-assessor de Trump, Miller foi interrogado pela Polícia Federal dentro do inquérito que investiga a organização e o financiamento das manifestações antidemocráticas no Brasil.
Na esteira da investigação, o ministro-corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luis Felipe Salomão, determinou a suspensão da monetização pela Gettr aos mesmos canais bolsonaristas que já haviam sido alvo da mesma determinação para outras redes sociais.
O corregedor decidiu também que a rede não deve usar algoritmos que possam sugerir ou indicar outros canais e vídeos que ataquem o sistema de votação brasileiro e a legitimidade das eleições. "Tal proibição não englobará pesquisa ativa de usuários em busca por conteúdo específico com utilização de palavras-chaves", disse o ministro.
Na chegada aos Estados Unidos, Jason Miller concedeu uma entrevista ao programa War Room de Steve Bannon, também ex-assessor de Trump, e disse que temeu ser mandando a uma "Guantánamo brasileira" ao referir-se ao depoimento na PF.
Ele ainda firmou que o STF é uma "mistura de Departamento de Justiça com FBI e tudo o mais" e chamou os agentes da Polícia Federal que atuam nos inquéritos do STF de "Gestapo", a polícia secreta da Alemanha Nazista.
Miller esteve no Brasil para participar da Conferência de Ação Política Conservadora, evento organizado no final de semana pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e do qual participaram o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ministros do seu governo.
Saiba mais sobre a Gettr
Após ser banido do Twitter, do Facebook e do YouTube por causa do episódio da invasão ao Capitólio em janeiro deste ano, Donald Trump precisou buscar um novo lugar na internet para ecoar sua voz. No último dia 4 de julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, a equipe do republicano lançou a rede social Gettr.
A promessa da nova plataforma era "lutar contra a cultura do cancelamento " e "defender a liberdade de expressão", além de "desafiar" o monopólio das big techs. O nome da rede social é baseado na expressão "Getting Together" (ficando juntos, em português).
A interface da Gettr é muito similar à do Twitter: há uma página inicial com um feed de postagens de quem o usuário segue e uma página com as hashtags de assuntos mais comentados no momento. Segundo o site norte-americano Politico, é possível importar conteúdo de uma conta do Twitter para o Gettr.
Outro ponto em comum com o Twitter — que costumava ser a rede social mais utilizada por Trump — é seu funcionamento. A plataforma permite postagens de até 777 caracteres, vídeos de até três minutos e transmissões ao vivo.
A sede do aplicativo fica em Nova York (EUA).
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