Instagram e Facebook notificarão quem posta conteúdo de ódio em português
Sem tempo, irmão
- Meta testa sistema de notificação de conteúdo de ódio em português
- Atualmente, Facebook e Instagram em inglês contam com tais avisos
- Empresa também trabalha em implementar recurso em espanhol e árabe
- Objetivo é educar e desencorajar publicações com discurso hostil, como bullying e assédio
Facebook e Instagram passarão a notificar as pessoas que postam conteúdos de ódio em língua portuguesa. O anúncio foi feito pela Meta (companhia controladora das redes sociais) nesta terça-feira (9) durante conferência para jornalistas sobre os padrões de comunidade de suas redes sociais. Apesar do anúncio, não foi especificado quando que os brasileiros passarão a visualizar tais avisos.
Esse processo de notificação já aparece para internautas de língua inglesa do Facebook e do Instagram, e agora a companhia faz um movimento para expandir a funcionalidade para outras idiomas. Além do português, a Meta diz realizar testes em espanhol e árabe.
O que muda?
Na prática, as pessoas poderão ver notificações com alertas como: "este post pode conter linguagem racista e é contra as regras da comunidade", diz um exemplo exibido pela rede social escrito em língua inglesa. "Se você publicá-lo, ele poderá ser ocultado para outras pessoas. Caso este comportamento continue, sua conta poderá ser excluída".
Além deste exemplo de notificação sobre racismo, as políticas de aviso também devem, promete a Meta, "educar e desencorajar as pessoas a postar algo que possa incluir discurso hostil, como bullying e assédio".
Anúncio após polêmicas
Ainda que a melhoria de moderação de conteúdo em outras línguas seja uma medida encorajada pelo conselho de supervisão do Facebook, um grupo de especialistas independentes que auxiliam a rede na criação de políticas para melhorar a plataforma, a iniciativa é anunciada em meio ao Facebook Papers, nome que ficou conhecido uma série de reportagens e denúncias baseadas em documentos internos da rede social vazados pela ex-funcionária Frances Haugen.
Em um dos arquivos internos, por exemplo, é citado que o Brasil é um dos países que mais precisam de moderação de conteúdo, ao lado de Índia e Estados Unidos, o que demonstra que a empresa já estava de olho na questão.
Contudo, o documento vazado do Facebook reforça que o idioma é uma das grandes barreiras da rede social: países grandes acabam recebendo muita atenção e investimento, enquanto países como Mianmar e Etiópia — que atravessam conflitos políticos e sociais — não contam com classificadores de conteúdo, facilitando a disseminação de desinformação e discurso de ódio.
Empresa diz que reduziu discurso de ódio graças à IA
Em conferência para jornalistas, a companhia também deu detalhes dos seus esforços de moderação de conteúdo no terceiro trimestre, especificando porcentagens de conteúdos problemáticos por rede social.
Um dos destaques é a redução de discurso de ódio. No segundo trimestre eram 0,05% contra 0,03% nos últimos três meses.
Outro ponto importante diz respeito ao bullying no Instagram, uma métrica nova divulgada pela controladora das redes sociais. No terceiro trimestre, houve de cinco a seis visualizações desse tipo de conteúdo em 10 mil visualizações (entre 0,05% - 0,06% visualizações).
Importante ressaltar que essas métricas dizem respeito a conteúdos removidos pelas redes, sem a necessidade de um usuário reportar. Portanto, as informações dizem respeito a um subgrupo de uma categoria, pois nem sempre um sistema automatizado consegue distinguir o que é bullying ou não, por exemplo.
A companhia atribui a baixa porcentagem de conteúdos problemáticos a seus sistemas de inteligência artificial.
Ao todo, a Meta diz ter equipes globais de revisão em mais de 70 idiomas e tecnologias de inteligências artificial para checar discurso de ódio em mais de 50 línguas. Além disso, tem realizado investimentos específicos em países em situação de conflito.
Abaixo, o detalhamento de prevalência de discursos problemáticos por rede social:
- Discurso de ódio
Facebook: 0,03% - três visualizações a cada 10 mil visualizações de conteúdo;
Instagram: 0,02% - duas visualizações a cada 10 mil visualizações de conteúdo.
- Violência e incitação
Facebook: 0,04% - 0,05% - quatro a cinco visualizações a cada 10 mil visualizações de conteúdo;
Instagram: 0,02% - duas visualizações a cada 10 mil visualizações de conteúdo.
- Bullying e assédio
Facebook: 0,14% - 0,15% - 14 a 15 visualizações desse conteúdo em 10 mil visualizações;
Instagram: 0,05% - 0,06% - cinco a seis visualizações desse conteúdo em 10 mil visualizações.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.