Asteroide com 160 metros de diâmetro passará perto da Terra neste sábado
Um asteroide com 160 metros de diâmetro fará sua maior aproximação da Terra neste sábado (13). De acordo com Leslie Looney, professor de astronomia da Universidade de Illinois, nos EUA, todo corpo celeste com mais de 140 metros de diâmetro é capaz de causar danos às cidades ou costas, caso houvesse uma colisão.
"Nas últimas semanas testemunhamos uma série de asteroides de médio a grande porte cruzando a órbita da Terra. O 2004 UE é o maior deles", esclarece o professor. Por ter uma órbita que o aproximará do nosso planeta, ele entra para o grupo dos Objetos Próximos da Terra (NEO, na sigla em Inglês). Além disso, ele também foi classificado como um Objeto Potencialmente Perigoso (PHO, na sigla em Inglês).
Para nossa sorte, essa aproximação não oferece preocupação com a segurança da Terra. O mais perto que ele chegará equivale a mais de 30 vezes a distância entre o nosso planeta e a Lua, que é de aproximadamente 384.400 km.
Meteoroides, asteroides ou cometas com órbitas que os aproximam da órbita da Terra são os restos do processo de formação do nosso sistema solar, o que significa que são pedaços quase intocados de gelo e rochas a partir dos quais os planetas se formaram. Conhecemos suas órbitas por rastreá-los e sabemos sua composição pelo exame de sua luz refletida e infravermelha e por comparações com objetos que visitamos em missões espaciais.
Nos últimos 20 anos, a NASA aumentou dramaticamente o número de NEOs conhecidos - de menos de mil para quase 28.000. Suas dimensões precisas podem ser difíceis de determinar devido ao seu tamanho pequeno e grandes distâncias.
"No entanto, aqueles estimados pela NASA em 140 metros ou mais ao longo de seu eixo mais longo foram ordenados pelo Congresso para serem classificados como NEOs", explica o professor. O aumento no número de objetos com essa classificação deveu-se em parte a essa ordenação. "Qualquer coisa desse tamanho pode ter um impacto catastrófico na Terra, destruindo cidades com grandes perdas de vidas. Essa consciência leva a mais relatos de objetos".
Os NEOs são descobertos por meio de fotos tiradas do céu noturno durante uma noite ou em várias noites. Os cientistas buscam nessas imagens algo que se move em comparação com as estrelas ou galáxias. Quanto mais próximo eles estiverem da Terra, mais rápido se movem.
"Com tempo suficiente, podemos usar essas imagens para determinar a órbita do objeto. Pesquisas astronômicas futuras também mapearão o céu noturno ao longo de muitos anos em busca de supernovas ou outros objetos que variam no tempo, portanto esperamos encontrar ainda mais objetos nas próximas décadas", acredita.
Desviando o asteroide
Existem cerca de 2.000 PHOs conhecidos hoje. Nenhum deles deve impactar o planeta nos próximos 100 anos, mas os cientistas rastreiam possíveis mudanças em suas rotas. "É importante notar que grandes impactos já atingiram a Terra no passado — pergunte a qualquer dinossauro que encontrar — e o planeta será atingido por grandes impactos no futuro. Não é uma questão de se, mas de quando. Mas não é para entrar em pânico. Não é provável que aconteça em breve".
O professor Looney diz que é possível "desviar" um objeto de sua órbita se os cientistas receberem um aviso prévio de cinco a dez anos ou mais. A Nasa, por exemplo, lançará este mês o Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo, ou DART, que testará, pela primeira vez, um impacto cinético com um asteroide.
O impacto planejado de alta velocidade está programado para ocorrer em setembro de 2022 e determinará quão efetivamente podemos mudar a órbita de um objeto celeste. O lançamento da espaçonave que provocará o impacto deve ocorrer no dia 24 de novembro.
"Existem muitos outros métodos, incluindo um trator de gravidade — uma espaçonave que empurra o asteroide usando a massa da espaçonave — ou foguetes acoplados. Se nossa civilização quiser sobreviver pelos próximos 1.000 anos, temos que descobrir como fazer isso".
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