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Avatares, amizades e tontura: as impressões de quem esteve no metaverso

Repórter Joanna Stern, do Wall Street Journal, usou os óculos de realidade virtual Quest 2 para navegar no metaverso - Reprodução/Wall Street Journal
Repórter Joanna Stern, do Wall Street Journal, usou os óculos de realidade virtual Quest 2 para navegar no metaverso Imagem: Reprodução/Wall Street Journal

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

13/11/2021 10h31Atualizada em 13/11/2021 18h44

Os primeiros relatos de quem já "viveu" na realidade virtual são curiosos. A jornalista Joanna Stern, do The Wall Street Journal, passou 24 horas no metaverso. O ambiente digital é considerado a "próxima internet", com nossas versões digitais (avatares) em um mundo paralelo.

Segundo ela, é uma experiência "divertida, esquisita e às vezes assustadora". Stern passou um dia trancada em um quarto de hotel, usando um headset Oculus Quest 2 - que só foi tirado para ir ao banheiro, comer ou atender alguma demanda urgente no celular.

A jornalista começou a aventura com o uso mais difundido da realidade virtual: jogos, como o Beat Saber - game para cortar blocos musicais com um sabre de luz - e o Supernatural - nele, você precisa desviar de obstáculos em cenários paradisíacos.

Buscando interação social, foi parar no app AltspaceVR. Nele, após customizar seu avatar estilo Lego, é possível conversar com os outros e ir a diversos eventos, parecidos com o da vida real. Stern entrevistou pessoas, fez amizades, "foi" a um parque, um bar e a um clube de comédia - onde foi até xavecada pelo humorista, que a chamou de "bela garota".

Depois, fez meditação guiada antes de dormir e leu as notícias ao acordar. Tomou café "em" Machu Picchu e malhou. Ela também trabalhou, via conferência virtual do Horizon Workrooms e do app Spatial. Na conversa com seus pares, todos concordaram que foi uma experiência mais divertida do que uma tradicional chamada por Zoom.

Diversos avatares e incômodo com óculos de realidade virtual

Em todos os aplicativos, um dos detalhes que mais a incomodaram foi a precariedade dos avatares - por exemplo, eles não têm pernas, o que parece ser um entrave técnico por enquanto. E, como as plataformas são independentes, ela precisou construir três Joannas diferentes em apenas um dia.

Para cada aplicação, a repórter Joanna Stern teve de criar um avatar diferente - Reprodução/Wall Street Journal - Reprodução/Wall Street Journal
Para cada aplicação, a repórter Joanna Stern teve de criar um avatar diferente
Imagem: Reprodução/Wall Street Journal

Entre os efeitos colaterais físicos, relatados após ficar tanto tempo direto no metaverso com o headset, estão ardor nos olhos, dores de cabeça e tonturas.

Mas essas são apenas experiências embrionárias, que ainda funcionam apenas como um escape divertido da vida real. Ainda faltam muitos anos e investimentos para construir um verdadeiro universo digital.

O nome da empresa controladora do Facebook mudou recentemente para Meta justamente para refletir esta nova fase da internet, que ultrapassa as redes sociais. Mark Zuckerberg crê que faremos cada vez mais atividades - como trabalho, estudos, exercícios, compras - por meio de avatares, especialmente com o Quest 2, da própria Meta.

A Microsoft também tem apontado para o mesmo caminho, com o Mesh, que leva o metaverso para dentro do Teams.

O vídeo na íntegra da experiência do metaverso da repórter Joanna Stern está disponível no Wall Street Journal (apenas em inglês).