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Multa de R$ 1,4 bilhão na Europa faz WhatsApp mudar a privacidade dos dados

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Imagem: WhatsApp

Aurélio Araújo

Colaboração para Tilt, em São Paulo

22/11/2021 14h15Atualizada em 02/12/2021 17h47

O WhatsApp alterou suas políticas de privacidade na Europa para torná-las mais transparentes, depois de receber uma multa de valor recorde de 225 milhões de euros (R$ 1,4 bilhão), imposta pelos órgãos reguladores de proteção de dados da União Europeia.

O app não era claro o suficiente sobre como utilizava os dados das pessoas, segundo investigação do IDPC (sigla em inglês para Comissão de Proteção de Dados da Irlanda) —que também exigiu que a Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e do WhatsApp, faça uma série de alterações na política de privacidade.

No início do ano, o WhatsApp impôs termos que mudavam como as empresas no WhatsApp Business poderiam gerenciar informações de clientes por meio do Facebook. Quem não aceitasse, teria acesso limitado ao app.

Com o tempo, a empresa foi flexibilizando o conceito, ao ponto de dizer que o usuário não perderia acesso. É assim que o termo está sendo aplicado no Brasil, por exemplo (veja o que ele diz aqui).

O WhatsApp mudou a polícia de privacidade e disse que houve uma "reorganização e acréscimo de detalhes" para quem vive na União Europeia, mas avisou que irá recorrer da multa.

"Discordamos da decisão e vamos apelar, porque acreditamos que já providenciamos as informações requisitadas para todos os nossos usuários", disse um porta-voz da empresa.

Segundo o WhatsApp, só há leitura de mensagem quando alguém a reporta para a companhia. Além disso, a criptografia de ponta a ponta protege as mensagens pessoais, "o que quer dizer que ninguém, nem o WhatsApp, pode lê-las ou ouvi-las".

O que muda

Segundo o WhatsApp, essas mudanças já passam a ter efeito nesta semana na Europa. Elas dão mais detalhes aos clientes do aplicativo sobre quais dados são coletados e usados pela empresa, por que eles são armazenados e quando são deletados. A decisão europeia não afeta como o app funciona no Brasil.

A nova política também inclui informações sobre quais serviços outras empresas prestam ao WhatsApp, com base nos dados compartilhados. Há ainda explicações mais consistentes sobre por que o app envia dados para outros países e de que maneira eles são protegidos, além de elucidações sobre assuntos jurídicos.

Como as mudanças vêm por imposição, a pessoa que usa WhatsApp na União Europeia não terá que clicar em nada para "aceitar" essas alterações. Mesmo assim, elas continuarão usando o app normalmente, sem precisar tomar nenhuma outra atitude.