Nasa enviará nave para bater em asteroide; veja como assistir ao lançamento
Nesta quarta-feira (24), a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, vai lançar uma nave ao espaço com um único objetivo: bater em um asteroide. A missão Dart quer avaliar como é possível desviar uma rocha espacial que esteja se aproximando da Terra, impedindo uma colisão destruidora no futuro, por exemplo. O alvo escolhido para a demonstração é o distante Dimorphos.
Dart significa Double Asteroid Redirection Test —ou teste duplo de redirecionamento de asteroide. A missão será lançada às 3h21 (horário de Brasília) da madrugada de terça (23) para quarta-feira (24), a partir da Base da Força Espacial Vandenberg, na Califórnia (EUA), a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX. O evento será transmitido ao vivo, a partir das 2h30, pelo canal da Nasa.
O asteroide
O Dimorphos tem 160 metros de diâmetro —mais ou menos do tamanho do Coliseu de Roma — e não representa qualquer ameaça à Terra.
A Nasa quer atingi-lo não para destruí-lo, mas sim para demonstrar o método do "impacto cinético": como um jogo de bilhar, a ideia é alterar sua órbita para outra direção, após uma batida em alta velocidade.
A nave responsável pelo teste tem um formato de caixa, com 1,2 metro de largura, e dois grandes painéis solares. Ela deve colidir com a rocha espacial apenas em setembro de 2022, após uma longa viagem de 11 milhões de quilômetros.
A viagem
Dimorphos orbita, como uma lua, um asteroide maior, chamado Didymos, de 760 m de largura. Isso torna a missão um pouco mais desafiadora. Como a Dart não conseguirá enxergar seu alvo até uma hora antes da colisão, ela foi programada pelos engenheiros da Nasa para, rapidamente, calcular o centro da rocha e se direcionar para este ponto.
Se tudo der certo, em dez meses, a nave vai atingir o asteroide bem no meio, a uma impressionante velocidade de 24.140 km por hora (6 km por segundo). Como a transferência de energia cinética, ele será empurrado para mais perto de Didymos.
A agência espacial norte-americana estima que o impacto causará uma explosão de 10 a 100 mil quilos de material rochoso, que dará um empurrãozinho a mais. Ao final do processo, Dimorphos deverá orbitar a rocha maior pelo menos 73 segundos mais rápido do que anteriormente.
Esse cenário apocalíptico acontecerá a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra, mas, com nossos potentes telescópios, rapidamente descobriremos se a esperada mudança de movimento funcionou.
Além disso, um pequeno satélite italiano LICIA Cube CubeSat será liberado pela nave, minutos antes de sua despedida, para registrar imagens após o impacto.
Por que isso importa
A Nasa quer descobrir se a tática poderá, quando for necessário, desviar um asteroide ou cometa perigoso que esteja se aproximando do nosso planeta. Ainda não há nenhum que nos preocupe, mas é bom estarmos prontos — afinal, estima-se que conheçamos apenas 40% das rochas espaciais próximas à Terra com mais de 140 metros.
Com o resultado do teste, será possível calcular o tamanho que uma nave precisaria ter para desviar alvos maiores e salvar nosso planeta. O único problema do plano é que ele precisa ser executado com anos de antecedência: construir a sonda, viajar até o asteroide, e atingi-lo um ou dois anos antes que sua órbita se cruze com a da Terra.
Inicialmente, o "leve" empurrão apenas tiraria a rocha ligeiramente de seu curso, mas, com o tempo, essa mudança o levará para bem longe de nós.
Os esforços de defesa planetária fazem parte de uma cooperação internacional. Em 2026, a ESA (Agência Espacial Europeia) enviará a sonda Hera, para examinar Didymos e Dimorphos e estudar as consequências do impacto.
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