Sonda que estuda o Sol sobrevoará a Terra e gera preocupação
A Solar Orbiter, sonda fruto de projeto em conjunto entre a ESA (Agência Espacial Europeia) e a Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço dos EUA) para estudar o Sol, vai retornar para uma passagem próxima à Terra, em um sobrevoo pelo nosso planeta antes de começar sua principal missão científica. Ela foi lançada em fevereiro de 2020 e seu retorno possibilitará a entrada do caminho para a próxima passagem rumo ao Sol.
Contudo, sua volta, marcada para sábado (27) representa um desafio, já que a sonda deve atravessar nuvens com lixo espacial que cercam nosso planeta desde que foi iniciada sua exploração do espaço, "tornando esta manobra o sobrevoo mais arriscado para uma missão científica", devido aos possíveis riscos de impactos, informou a ESA em comunicado .
A sonda estará em seu ponto mais próximo da Terra à 1h30 da manhã do próximo sábado, no horário de Brasília, a apenas 460 km de distância acima do norte da África e das Ilhas Canárias - poucos quilômetros a mais que a órbita da Estação Espacial Internacional, que fica há 400 km.
A manobra é essencial para diminuir a energia da nave espacial e alinhá-la para sua próxima passagem rumo ao Sol, mas vem com risco. A nave espacial deve passar por duas regiões orbitais, cada uma delas povoadas por detritos espaciais. ESA, em nota
O primeiro deles fica a 36 mil km e é formado pelo anel de satélites geoestacionários (geralmente utilizados para comunicação). Já o segundo inclui objetos que estão presentes na órbita baixa da Terra há cerca de 400 km. "Como resultado, há um pequeno risco de colisão. A equipe de operações da Solar Orbiter está monitorando a situação muito de perto".
Os responsáveis pela sonda terão poucas horas para estudar o trajeto e fazer pequenas alterações que permitam um voo com menos riscos na passagem pela Terra.
Deixando de lado esses possíveis riscos, o sobrevoo vai representar uma oportunidade da sonda estudar o campo magnético da própria Terra, espécie de bolha protetora que também é a interface da nossa atmosfera com o vento solar, que vem de forma constante por meio de partículas emitidas pela nossa estrela.
"Este sobrevoo é emocionante: observaremos o que a Solar Orbiter vê em nossa parte do espaço e como isso se compara com o que estamos vendo. E se há surpresas, quais são elas?", questiona Anja Strømme, gerente da Missão Swarm da ESA, que em 2013 lançou três satélites para estudar o campo magnético terrestre.
Depois de se aproximar da Terra com seu sobrevoo para redirecionamento de rota, a sonda entrará em curso rumo ao Sol e suas regiões polares "nunca antes vistas". E mesmo que ainda não esteja em sua máxima capacidade de exploração, a Solar Orbiter possibilitou a produção de mais de 50 artigos científicos desde que foi lançada.
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