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Dimorphos: como é o asteroide alvo da Nasa em missão espacial histórica

Registro do lançamento da sonda da Nasa desenvolvida para a Missão Dart, que pretende desviar rota de asteroide - Reprodução/Nasa
Registro do lançamento da sonda da Nasa desenvolvida para a Missão Dart, que pretende desviar rota de asteroide Imagem: Reprodução/Nasa

De Tilt*, em São Paulo

26/11/2021 08h39

Na madrugada da última quarta-feira (24), a Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, lançou ao espaço a missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento Duplo de Asteroides), uma ação com intuito de descobrir se determinadas estratégias podem desviar um asteroide que esteja vindo em direção a Terra no futuro.

Segundo a Nasa, a cada 10 mil anos existe a possibilidade de que asteroides com mais de 100 mil metros possam atingir a Terra e, por isso, a agência resolveu fazer esse teste de prevenção.

Na missão, que é a primeira do tipo a ser realizada, o objetivo é bater uma nave no asteroide Dimorphos para que ele possa mudar sua rota em órbita.

Por que Dimorphos foi escolhido?

A nave da Nasa levará um ano para atingir Dimorphos, um asteroide enorme que gira em órbita de outro ainda maior chamado Didymos. Enquanto Dimorphos tem um diâmetro de 160 metros, o de Didymos é de 780 metros.

A expectativa é que, nesta época do ano, em 2022, esse sistema espacial esteja mais próximo da Terra (mais ou menos a 11 milhões de quilômetros), o que vai permitir melhores observações.

Como será o teste

Com peso de 330 kg, a nave tem tamanho equivalente ao de um carro, enquanto o de Dimorphos é semelhante ao de um estádio.

O método usado para conseguir atingir o asteroide é chamado de impacto cinético. A meta é atingir o asteroide com a espaçonave a uma velocidade de 6,5 km por segundo.

Embora seja considerado de pequena proporção, o impacto entre os dois seria suficiente para desviar Dimorphos do caminho da Terra.

O choque entre os dois contará com energia similar à explosão de três toneladas de TNT, capazes de despachar milhares de fragmentos. Apesar desse número impressionante, os cientistas explicam que a força não causará nenhuma mudança imediata no giro do asteroide.

A expectativa é que alterações em sua rota surjam em alguns dias, com um movimento leve. Essa oscilação deverá aumentar à medida que ocorrer um desequilíbrio na rotação do asteroide. Em vez de fazer o movimento de orbitar um asteroide maior (chamado Didymos), o corpo rochoso poderá começar a girar no seu eixo.

O que aprenderemos com a missão?

Com apoio de outra missão, chamada de Hera, da ESA (Agência Espacial Europeia), será possível analisar a experiência e reconhecer se houve esse movimento. Hera chegará ao ponto de colisão cinco anos depois. E é provável que sejam necessárias décadas ou até mesmo séculos para que o asteroide maior retorne ao seu estado original.

A missão Hera deve contar com dois satélites pequenos implantados, com objetivo de pousar na superfície do corpo Dimorphos.

Os cientistas não acreditam que o movimento cambaleante do grande asteroide prejudique o ensaio ou represente perigo para seres humanos. Por outro lado, o estudo promoverá informações cientificamente importantes, já que o estado de rotação dos asteroides pode afetar propriedades, como a quantidade de luz solar refletida.

*Com informações da BBC, RFI e Tilt.