Novos tempos? Alguém pagou R$ 3,6 mi em iate que só existe no metaverso
Um iate de luxo, com deck amplo para shows e espaço até para cabine de DJ, dois helipontos, uma grande banheira de hidromassagem, entre outros atrativos, foi vendido pelo equivalente a US$ 650 mil (R$ 3,6 milhões, na conversão direta). Tudo normal, exceto por uma coisa: o iate não existe de verdade, ele é apenas um item dentro de um metaverso.
Estamos falando de uma compra feita no The Sandbox, um game no qual os jogadores podem construir e criar novos itens, explorando recursos oferecidos por um mundo virtual criado pelos desenvolvedores.
Na verdade, o que foi vendido foi o NFT desse iate. NFT é a sigla em inglês para token não-fungível, um arquivo digital único, cuja compra e venda é cada vez mais comum na internet (até memes já foram vendidos por muita grana).
Cada NFT tem sua própria assinatura digital baseada em blockchain, uma espécie de livro de registros virtual. O que isso permite é que o dono do NFT possa oficializar diante de todos no mundo que ele é o proprietário de fato daquele item, por mais que outras pessoas possam reproduzi-lo.
É como se alguém fosse dono de um quadro original de Picasso: o quadro pertence a essa pessoa, há uma assinatura comprovando a sua propriedade, mas ele pode ser reproduzido por outros.
O iate virtual foi comprado por 149 ether, uma das maiores criptomoedas do mundo. Na conversão, isso equivale ao preço de US$ 650 mil. Trata-se da maior venda já realizada no The Sandbox.
O iate de luxo que não existe fisicamente
O item foi criado pela Republic Realm, uma empresa especializada em desenvolver bens para o metaverso. Ela criou uma linha de luxo apenas para jogadores do The Sandbox, na qual o iate era um dos maiores atrativos.
Mas não era o único: a empresa desenvolveu também ilhas privadas, jet skis e lanchas, todos itens com os quais ela espera faturar com a venda de NFTs para jogadores do game.
Como ocorreu no caso do iate, os NFTs são negociados em criptomoedas, com o valor sendo convertido em dólares posteriormente.
Novo normal
Vendas como essa são cada vez mais comuns. Há algumas semanas, por exemplo, um lote de terra foi vendido por US$ 2,4 milhões (R$ 13,4 milhões) no Decentraland, uma plataforma virtual.
Ou seja, um terreno que não existe fora da internet foi vendido por um preço maior que muitos lotes físicos em cidades como Nova York ou Paris. O mesmo aconteceu pouco depois com um lote vendido por US$ 2,3 milhões (R$ 12,3 milhões) no Axie Infinity, game similar aos já citados.
Já em março, uma casa virtual desenvolvida por uma artista foi comercializada pelo equivalente a R$ 2,5 milhões, preço que daria para comprar um imóvel físico.
Bom, deu para perceber até aqui que o metaverso consegue envolver muito dinheiro virtual circulando dentro dele. Como será o futuro? Vamos aguardar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.