Só no espaço? Dá trabalho, mas é possível voar sem gravidade na Terra
Não, não é preciso viajar até fora da atmosfera do planeta Terra para experimentar a quase total ausência de gravidade e flutuar. É possível fazer isso usando —apenas— um avião a jato em condições perfeitas para realizar voos parabólicos e um estômago em condições perfeitas para não vomitar.
O voo parabólico permite vivenciar a microgravidade semelhante à que existe no espaço. O jato decola até atingir uma altitude segura no céu. Em seguida, ele passa a voar em ziguezague, como se estivesse subindo e descendo várias montanhas.
A aventura começa quando o jato decola a 47° de inclinação em relação à superfície terrestre. Para se ter uma ideia, a decolagem de um voo comercial não ultrapassa os 20° de inclinação.
No fim da primeira subida, dá para sentir a microgravidade, que dura apenas 20 segundos. Quando o avião está na metade da altitude da descida, acontece o contrário da ausência de peso: tudo fica muito mais pesado, e é difícil sair do chão. Em seguida, o jato começa uma nova subida, e todo mundo volta a sentir mais 20 segundos de ausência de peso depois de 40 segundos de pura hipergravidade.
Voos parabólicos começaram a ser usados para pesquisas em microgravidade —isso pode sair mais barato do que enviar a pesquisa para uma estação espacial, por exemplo. Hoje, há empresas que realizam estes tipos de viagem por diversão.
Antes da decolagem, os passageiros geralmente são obrigados a tomar um remédio contra enjoo. Quem tem estômago forte e curte a viagem diz que a sensação é de estar dentro de uma piscina funda, só que sem água.
Também é difícil ficar de pé na ausência de gravidade: normalmente, as pessoas flutuam como se estivessem sentadas em cadeiras invisíveis.
Como atingir a microgravidade na Terra
Consultoria: Mauricio Pazini Brandão, engenheiro aeronáutico do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), de São José do Campos (SP) e Thais Russomano (professora PhD em Space Physiology - King's College London e coordenadora do Centro de Microgravidade da PUC-RS). Fontes: Guinness World Records e sites da empresas Embraer, Airbus e Zero G.
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