Veja 6 permissões de aplicativos que você deve pensar bem antes de aceitar
Acesso à câmera, microfone, lista de contatos, localização, arquivos armazenados na galeria e até mesmo gerenciamento de SMS ou chamadas telefônicas. Essas são apenas algumas das inúmeras permissões que os aplicativos de celulares "pedem" durante a instalação ou uso e que, na maioria das vezes, passam despercebidas aos nossos olhos.
Normalmente, os apps solicitam algumas permissões necessárias para o funcionamento do aplicativo, como, por exemplo, o acesso ao microfone solicitado pelo WhatsApp, que possibilita envio de áudios e chamadas de vídeo. No entanto, o problema é quando as empresas abusam dessa coleta de dados ou não informam as pessoas o motivo para tal —informações que devem constar nos Termos de Uso e Políticas de Privacidade.
Companhias mal-intencionadas podem aproveitar a situação para roubar informações dos usuários e vendê-las para terceiros. Uma plataforma que ofereça o serviço de filtros para fotos, por exemplo, não precisa ter acesso à localização, microfone ou agenda do usuário. Assim como um app como o Mapas, do Google, precisará desse tipo de permissão, mas não de SMS e câmera, a não ser que isso seja justificado para uma função bem específica.
Essas permissões são avisadas logo no download e instalação do app, mas se o usuário faz esse processo com pressa pode não as ver e ter a privacidade invadida e exposta.
Por isso, especialistas recomendam que as pessoas leiam todas essas solicitações de permissão com atenção e, se o aplicativo exigir mais informações do que o necessário para a sua funcionalidade, que elas sejam recusadas. Assim, você pode proteger suas informações e não expor a sua privacidade.
Abaixo, veja seis permissões para você ficar atento e pensar bem antes de aceitar concedê-las a novos apps no celular:
1. Localização
Precisam dessa permissão: aplicativos que utilizam mapas para o seu funcionamento básico, como os de percursos de automóveis e entregas.
Exemplos: Uber, 99, iFood e Google Maps.
Não aceitar: games que não se baseiam em localização, edição de imagens ou streaming de vídeo e música.
Fique atento se aplicativos de jogos solicitarem essas informações. Leia as políticas de uso da fabricante para descobrir se lá é informado o motivo da coleta. Se não for justificado, ou se você não concordar, não aceite.
O que a permissão faz: acessa a sua localização —tanto aproximada (baseada em dados de estações-base de telefonia móvel e pontos de acesso wi-fi) quanto precisa (baseada em dados de GPS).
Riscos: Permite ao aplicativo rastrear seus locais e movimentos diários.
Rastrear o movimento de um smartphone revela onde o usuário mora (localização noturna), trabalha (localização diurna), além de outros endereços importantes, como locais que frequenta rotineiramente. Mesmo que a pessoa não se preocupe em expor esses dados, é necessário considerar também que a geolocalização é um dos recursos que mais consomem bateria no aparelho.
2. Contatos
Precisam dessa permissão: apps de troca de mensagens e redes sociais.
Exemplos: WhatsApp, Telegram, Instagram e Facebook Messenger.
Não aceitar: apps de jogos ou e-commerce.
O que a permissão faz: pode ler, modificar e adicionar contatos na agenda, e acessar a lista de contas registradas no smartphone.
Riscos: Com essa permissão, um aplicativo pode enviar sua agenda completa para algum servidor.
Para golpistas e spammers, isso pode ser bastante lucrativo: venda de dados. Essa permissão também garante acesso à lista de contas de aplicativos no dispositivo, incluindo Google, Facebook e muitos outros serviços.
3. Microfone
Precisam dessa permissão: apps de troca de mensagens e alguns jogos que gravam voz.
Exemplos: WhatsApp, Telegram, Instagram e Messenger.
Não aceitar: apps de e-commerce.
O que a permissão faz: pode gravar áudios nos microfones do smartphone.
Riscos: os aplicativos podem gravar qualquer som ao alcance do telefone: todas as ligações, conversas e qualquer outro som ambiente, como o que você assiste na TV, por exemplo.
Alguns aplicativos podem abusar da solicitação para capturar sons sempre que estiverem abertos no celular. Dessa forma, quando você aceita que um jogo tenha acesso ao seu microfone, você permite que ele ouça e capture todos os sons do ambiente enquanto você estiver jogando.
É raro, mas, com essas informações de áudio, os softwares de reconhecimento de voz entram na jogada. Eles analisam todos esses dados e os fornecem às empresas de marketing. É por isso que você pode receber publicidades específicas e personalizadas.
4. Câmera
Precisam dessa permissão: apps de troca de mensagens, alguns jogos que utilizam câmera e apps de edição de fotos.
Exemplos: WhatsApp, Telegram, Instagram, Messenger, Pokémon Go, Photoshop e InShot.
Não aceitar: apps de e-commerce e app da operadora de telefonia.
O que a permissão faz: acessa a câmera para que o aplicativo possa tirar fotos e gravar vídeos.
Riscos: Esses aplicativos podem tirar fotos ou gravar vídeos a qualquer momento e sem avisar o usuário. Criminosos armados com imagens constrangedoras e outras informações sobre as suas vítimas poderão se aproveitar disso.
5. SMS ou Telefone
Precisam dessa permissão: apps de chamadas telefônicas e troca de mensagens.
Exemplos: Microsoft Teams, Google Meet, WhatsApp, Telegram, Instagram e Messenger.
Não aceitar: apps de e-commerce e jogos em geral.
O que a permissão faz: autoriza o envio e recebimento de SMS e notificações WAP, assim como visualizar mensagens e ligações armazenadas na memória do smartphone.
Riscos: Um aplicativo com essas permissões poderá ler toda a correspondência SMS, incluindo mensagens com códigos únicos para serviços bancários online e confirmação de transações. Poderá ler também a lista de números telefônicos utilizada.
Com essa permissão, o aplicativo também pode enviar spam pela sua conta e às suas custas para todos os seus contatos. Também é possível fazer inscrições em serviços não desejados sem que o usuário se dê conta, até que receba ou perceba alguma cobrança diferente.
6. Agenda
Precisam dessa permissão: apps com calendários.
Exemplos: Google Agenda.
Não aceitar: apps de e-commerce, jogos em geral, trocas de mensagens e fotos.
O que a permissão faz: pode visualizar, deletar, modificar e adicionar eventos na agenda.
Riscos: Olhares curiosos podem descobrir o que o usuário fez, o que está fazendo e seus planos futuros.
Fontes consultadas para esta reportagem: Marta Garcia Teles, docente da área de tecnologia da informação do Senac São José do Rio Preto; Luciana Nogueirol Lobo Marcondes, Mestre em Direitos Difusos e Coletivos, docente da Fatec Praia Grande.
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