Topo

Fotógrafos brasileiros dão show com imagens da passagem do cometa Leonard

Imagem do cometa Leonard feita por - Igaraçu do Tietê/SP   - Tiago Domezi
Imagem do cometa Leonard feita por - Igaraçu do Tietê/SP Imagem: Tiago Domezi

Marcella Duarte

Colaboração para Tilt, em São Paulo

24/12/2021 07h00

O cometa Leonard, em sua aproximação à Terra nos últimos dias, tem rendido belas imagens por todo o Brasil. Sua cauda de 15 milhões de quilômetros garante um espetáculo colorido perante as lentes.

Um dos registros mais emblemáticos veio do Rio de Janeiro. O fotógrafo Marcello Cavalcanti fez fotos e vídeos do cometa ao lado do Cristo Redentor. Após cálculos de ângulos e horários, ele se posicionou no Mirante Dona Marta, em Botafogo, por volta das 20h da terça-feira (21). E foi um sucesso.

Dezenas de belas imagens foram capturadas por todo o país, veja algumas que Tilt separou na galeria abaixo:

Fotógrafos brasileiros registram passagem do cometa Leonard

Como ver?

A olho nu, é difícil de enxergá-lo - parece uma pequena estrela borrada. Mas com o auxílio de lunetas, binóculos, telescópios ou câmeras fotográficas com zoom óptico, a cauda se revela e você pode assistir ao show do Leonard da primeira fila.

Busque um lugar com menos poluição luminosa e procure a posição do cometa, com auxílio de um app astronômico - como Stellarium, Star Walk, Star Chart, Sky Safari ou SkyView. O melhor horário para observar é no início da noite, antes do nascer da Lua, perto da linha oeste do horizonte.

Vale lembrar: do nosso ponto de vista, um cometa parece que está parado; ele não cruza o céu deixando um rastro de luz como um cometa ou meteoro. Por isso, a cauda só é visível com o auxílio de instrumentos de observação ou fotografia.

A cauda

Cometas são, basicamente, bolas de gelo sujo se movimentando pelo Sistema Solar. Eles são compostos de poeira cósmica microscópica, partículas rochosas maiores e gases congelados em seu núcleo. É como um caminhão-caçamba, que vai derrubando terra pela estrada.

Quando se aproximam do Sol, são aquecidos e emitem gases e poeira flamejantes, que acendem e criam a "cabeleira" do cometa - chamada de coma. Os ventos solares, então, fazem com que a cabeleira seja jogada para trás do núcleo (na direção oposta ao Sol), criando a cauda brilhante e colorida tão característica.

No caso do Leonard, a cauda - na verdade, uma estrutura de caudas - é bastante alongada. São 13 graus de extensão, em medidas astronômicas. Como o cometa está a uma distância de 68 milhões de quilômetros da Terra, isso equivale a um comprimento de mais de 15 milhões de quilômetros.

Na imagem abaixo, registrada na Namíbia, é possível ver em detalhes:

Despedida

O objeto C/2021 A1 foi descoberto em janeiro deste ano, por Gregory J. Leonard - daí o nome -, quando passava entre Marte e Júpiter em direção ao Sol. Observações e análises concluíram tratar-se de um cometa com órbita de longo período. Sua passagem pela Terra é um evento único, que só voltará a acontecer daqui aproximadamente 80 mil anos.

Em 12 de dezembro, Leonard chegou a seu ponto mais próximo de nosso planeta, a quase 35 milhões de quilômetros de distância. Inicialmente, era mais bem visto do hemisfério norte; na semana passada, chegou a nossa vez.

Mas ele já está se afastando da Terra - e, consequentemente, perdendo luminosidade -, então estes são os últimos dias para vermos e registrarmos o "cometa de Natal". Depois, o Leonard retornará para as profundezas do Sistema Solar, em uma jornada de milhares de anos.