Aurora boreal: 9 segredos e fotos incríveis do fenômeno
Auroras boreais são um dos fenômenos mais incríveis da natureza, gerando fotos e vídeos espetaculares em (raras) regiões do planeta onde ocorrem. Com seus riscos verdes, azuis e violetas, elas percorrem caminhos e movimentos inconfundíveis no céu. Há quem sonhe com olhar para cima e visualizá-las ou quem já esteja acostumado a vê-las, mas se espante como se fosse a primeira vez.
Classificada como um fenômeno natural e óptico, a aurora boreal guarda alguns segredos e traz consigo diversos elementos da cultura nórdica, por ser um acontecimento comum em países como Noruega, Suécia e Islândia. Confira, abaixo, os detalhes mais incríveis por trás das luzes que parecem ter sido pinceladas no céu.
1. Auroras boreais são "feitas" de Sol
Apesar de serem vistas à noite, as auroras boreais só existem graças ao Sol. Além do calor e da luz, a estrela envia muita energia e diversas partículas até a Terra, que é protegida delas pelo seu campo magnético.
Algumas, porém, escapam durante tempestades solares e são atraídas às extremidades terrestres - é por isso que a aurora só pode ser vista nos polos norte e sul do planeta. Esse vento solar carrega um gás eletrizado que, ao entrar em contato com átomos e moléculas de outros gases presentes na atmosfera superior da Terra, pode causar uma interação capaz de liberar energia a partir de uma explosão luminosa.
O que vemos no céu, portanto, são milhões de colisões individuais que seguem as linhas do campo magnético da Terra.
2. Auroras ocorrem nos extremos norte e sul
Os melhores lugares para apreciar uma aurora boreal vão do Alasca à Islândia, passando pelo Canadá, Groenlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega, Finlândia e até alguns pontos mais ao norte dos Estados Unidos.
Também é possível ver auroras do extremo oposto do planeta, no polo sul, onde elas são conhecidas como auroras austrais. Mas, do lado de cá, já é mais difícil de ir procurar o show de luzes: ele acontece na Antártida.
3. Inspiração para histórias e crenças
O fenômeno foi batizado em 1619 pelo astrônomo Galileu Galileu, que fez referência a Aurora, deusa romana do amanhecer, e a seu filho Bóreas, responsável por trazer os ventos do norte. No entanto, antes que a ciência desvendasse sua origem, a aurora celeste figurou entre histórias mitológicas e faz parte de crenças até hoje.
Na Finlândia, existe a lenda de que uma raposa de fogo criou a aurora com faíscas a partir de seu rabo.
Os vikings nórdicos, por exemplo, acreditavam que as cortinas brilhantes eram uma ponte entre os deuses e a Terra. Já os povos indígenas norte-americanos Mandan e Makah veem o fenômeno como fogueiras criadas por nativos distantes, segundo conta em seu site o curitibano Marco Brotto, considerado "caçador de auroras boreais".
Na Finlândia, há quem afirme que a aurora surgiu a partir de uma raposa de fogo que vivia na Lapônia e usava seu rabo para atirar faíscas aos céus. Em finlandês, inclusive, o nome dado ao cenário é "Revontulet", que seria traduzido como fogo de raposa.
4. Noite certa, horário certo e muita paciência
Também conhecida como Dama da Noite, é importante ter paciência ao olhar para o céu em busca de uma aurora. Teoricamente, os melhores meses para observá-la são março, abril, setembro e outubro, quando acontecem, respectivamente, a primavera e o outono no hemisfério norte.
Uma dica importante é escolher noites frias, quando o céu tende a ser mais claro. O horário ideal varia entre 18h e 1h, mas as chances são mais altas por volta das 22h.
5. Por que as cores da Aurora Boreal variam?
As cores das auroras variam conforme o tipo e a localização da interação entre as partículas. De acordo com a Nasa, quando o gás terrestre da colisão é o oxigênio, são emitidas luzes verdes e vermelhas, enquanto o nitrogênio é responsável pelos brilhos azuis e roxos.
As luzes vermelhas e verdes significam que a colisão com as partículas solares aconteceu com o oxigênio da atmosfera.
6. Formatos únicos e diversos
Engana-se quem pensa em um único formato para o fenômeno. Eles são, de fato, únicos, mas porque ocorrem de maneiras diferentes.
Até onde se sabe, tudo depende do local onde as partículas energizadas do Sol atingiram a magnetosfera, o que pode gerar auroras em camadas, arcos, cortinas, coroas ou fragmentadas, dentre outras. Contudo, os cientistas ainda não têm evidências claras que expliquem as diferenças.
7. Elas podem ser vistas do espaço (e a Terra não é a única privilegiada)
Além da Antártida, as auroras podem ser vistas de um lugar ainda mais inóspito: o espaço! A perspectiva alternativa da Nasa nos oferece uma visão tanto da aurora boreal quanto da austral, que aparecem como domos coloridos ao redor da Terra.
A agência espacial norte-americana também afirma que outros planetas são perfeitamente capazes de ter auroras; bastaria haver atmosfera e um campo magnético. O fenômeno já foi constatado por cientistas nos nossos vizinhos Júpiter e Saturno.
8. A Nasa voa até elas
Com foguetes sonoros — capazes de fazer viagens espaciais em altíssimas velocidades —, a Nasa já fez repetidas missões com o objetivo de desvendar as formações de auroras boreais. As naves são enviadas à atmosfera para coletar informações de dentro do fenômeno, o que cria possibilidades de registros fotográficos impressionantes.
Em 2019, por exemplo, a missão Azure (Auroral Zone Upwelling Rocket Experiment) foi realizada na Noruega e contou com uma dupla de foguetes munida com pó colorido. Uma vez no ar, o par de veículos explodiu e deixou um rastro de poeira, que permitia observar o caminho percorrido em meio a uma aurora de coloração verde.
9. As auroras batem palmas?
Dúvida até hoje não esclarecida entre a comunidade científica, a emissão de sons a partir de uma aurora boreal permanece um mistério. Mas um pesquisador da Universidade Aalto, na Finlândia, garante ter confirmado um som audível.
A pesquisa foi apresentada durante a conferência de acústica Baltic-Nordic Acoustic Meeting, na qual uma gravação revela um ruído semelhante a um bater de palmas. De acordo com a análise, a captura não teria vindo diretamente das luzes, mas, sim, do contato entre as partículas solares energizadas e o campo magnético da Terra.
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