Telescópio James Webb: espelhos estão 'desdobrados'. O que vem agora?
O telescópio espacial James Webb atingiu no último sábado (8) sua configuração definitiva para iniciar a exploração do cosmos, duas semanas após o seu lançamento. O dispositivo, considerado o mais potente já feito pela humanidade, terminou de "desdobrar" seus espelhos e, daqui a cinco meses, deverá iniciar suas atividades de observação.
Na sexta-feira, o telescópio iniciou a abertura de suas "asas" e espelhos, iniciando pelo secundário, implantado ao final de um tripé, e o principal, uma lâmina ultrafina de outro com cerca de 6,6 metros de diâmetro.
O sucesso do procedimento foi confirmado no último final de semana. O Webb "atingiu sua forma final", em um processo que levou "diversas horas", disse a Nasa.
O que vem agora?
Nos próximos seis meses, o observatório irá se resfriar, calibrar seus instrumentos e se preparar para "desdobrar o Universo".
O telescópio espacial teve de ser compactado durante o lançamento pelo foguete Ariane 5, na Guiana Francesa, em 25 de dezembro.
Ao se estabilizar em seu ponto de observação, o Lagrange 2, James Webb precisará coletar energia solar suficiente para iniciar suas operações. Ele já abriu no dia 4 o seu escudo térmico — um procedimento considerado "a etapa mais difícil" pelos operadores da missão científica.
"Antes de comemorar, ainda temos trabalho a fazer", expressou a Nasa. "Quando a trava final estiver segura, o Webb será completamente implantado no espaço", afirmou a agência.
De matéria escura até "origem da vida"
A expectativa dos cientistas é de que o telescópio espacial permita uma exploração ainda mais longínqua do espaço, avançando os campos de ciência espacial e astronomia.
O dispositivo, que levou 30 anos de desenvolvimento e custou aproximadamente US$ 10 bilhões, permitirá a observação em luz infravermelha, que não pode ser percebida pelo olho humano — o que permite pesquisas na formação das primeiras galáxias, estrelas e até mesmo possíveis origens da vida.
Além de observar um espectro até então não visto por telescópio, o Webb também auxiliará no teste de teorias, como a teoria da matéria escura, de Stephen Hawking, elaborada a 50 anos atrás. Nela, propõe que mais de 80% de toda matéria do Universo é composta por esta substância invisível, e que age como uma "cola" gravitacional, unindo todas as galáxias.
Até hoje, a existência da matéria escura só é conhecida por sua influência gravitacional em estrelas e corpos celestes, gerando gravidade extra. Mais informações sobre esta substância permanecem um mistério, visto que ela não interage com a matéria comum.
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