Lado oculto da Lua tem solo 'grudento' e crateras mais recentes; entenda
O lado oculto da Lua é uma região do nosso satélite que não conseguimos visualizar da Terra. Cientistas descobriram que o solo de lá é "grudento" e tem crateras mais recentes do que do lado visível, baseado em informações coletadas pela sonda chinesa Yutu-2.
As conclusões foram publicadas ontem (19) na revista Science Robotics, que relatam detalhes da missão Chang'e-4, a primeira a pousar neste hemisfério da Lua. A região não pode ser vista da Terra, pois a Lua está em rotação sincronizada com o nosso planeta, fazendo com que apenas um lado do satélite seja visível daqui.
O rover lunar chinês Yutu-2 é a mais longa missão na superfície lunar até hoje e tem como objetivo estudar a composição das rochas de basalto no lado oculto do satélite. Assim, os cientistas poderão compará-las com as do lado visível.
No novo artigo, os responsáveis pela missão documentam as capacidades locomotivas do rover, analisando sua jornada pela superfície até o momento e as análises geológicas realizadas durante esses anos.
Solo pegajoso
Uma das principais descobertas da missão é que o solo do lado oculto da Lua aparenta ser mais "pegajoso" do que o do hemisfério contrário, sugerindo que a superfície do lado oculto seja mais argilosa e menos permeável à água.
Os cientistas descobriram isso ao perceber que pedaços de solo lunar grudavam nas rodas do Yutu-2 enquanto ele se locomovia.
Outra novidade que o artigo traz é que as crateras do lado oculto são relativamente pequenas. Das 88 crateras que a equipe documentou, 57 tinham menos de 10 metros de diâmetro e apenas duas tinham mais de 60 metros de diâmetro.
Acredita-se que algumas dessas crateras menores, com base em sua localização e tamanho, sejam, na verdade, escavações secundárias da cratera de Zhinyu e não de impactos individuais de asteroides.
A cratera de Zhinyu é uma das mais de 100 mil escavações descobertas em 2020 por um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Jilin, na China, e tem 3,8 quilômetros de diâmetro.
A pesquisa destaca ainda que há mais crateras de impacto no lado distante da Lua do que no lado visível, mas isso não significa, necessariamente, que asteroides se choquem mais com o lado oculto.
O documento aponta que o lado visível tem menos escavações por ter passado por mais atividade vulcânica, o que acabou por "apagar" muitas das crateras.
A pesquisa é uma atualização mais recente da missão do rover chinês. No fim do ano passado, durante exploração na cratera Von Kármán, também no lado oculto da Lua, o Yutu-2 capturou imagens que indicavam um objeto semelhante a um cubo, mas que acabou sendo uma rocha.
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