Tubarões atacam mais durante a lua cheia? A ciência responde
Pesquisadores da Universidade da Flórida e da Louisiana State University, ambas nos Estados Unidos, desenvolveram um estudo recente que demonstra uma correlação estatística entre os ataques de tubarões e um fenômeno natural, os dados do ciclo lunar.
Segundo os autores, ocorreram menos ataques de tubarão em valores mais baixos de iluminação lunar e vice-versa: mais ataques do que o esperado aconteceram em valores mais altos de iluminação lunar — ou seja, na lua cheia.
Influência magnética
O estudo, divulgado na revista Frontiers of Marine Science, não sugere que a lua cheia funcione como uma espécie de guia para os tubarões em direção aos humanos, nem que os ataques aconteçam, em especial, durante a noite.
Na coleta estatística, a maior parte dos incidentes ocorreu em plena luz do dia, e o estudo não sugere qualquer relação de causa imediata entre o movimento lunar e os ataques. Os autores, Lindsay A. French, Stephen R. Midway, David H. Evans e George H. Burgess, acreditam, na verdade, que existem dois possíveis fatores contribuintes: campos eletromagnéticos influenciados pela fase da lua e pelas marés.
No entanto, os autores alertaram que sua análise não tinha dados históricos suficientes sobre ataques de tubarão para tirar conclusões analíticas importantes. Um dos pontos para essa conclusão é que os próprios pesquisadores consideraram que o intervalo de datas é limitado. O Arquivo Internacional de Ataque de Tubarão não inclui registros de todos os ataques, datando números que vão de 1970 a 2016.
O número, embora volumoso, desconsidera por exemplo o último relatório, de 2020, em que 129 casos ocorreram no mundo todo, com 57 deles não provocados. Sendo assim, o estudo não recomenda a experiência de luas cheias para determinar os riscos de incidentes com os predadores neste momento.
"No entanto, os resultados aqui apoiam fortemente a ideia de que a fase da lua desempenha um papel no risco geral de ataque de tubarão, e se estudos futuros forem capazes de considerar as condições ambientais locais e regionais junto com a iluminação lunar, tanto subestimar ataques de tubarão quanto prever risco pode melhorar", segundo o estudo.
Casos ainda são raros
Esse animal, que ficou bastante famoso no filme "Tubarão" (1975), dirigido pelo norte-americano Steven Spielberg, também faz da parte da vida marinha tupiniquim. No litoral do nosso país, já foram identificados cerca de 80 tipos desses animais. Já no mundo, é um total de 380 espécies encontradas.
Em 2021, foram noticiados ataques contra humanos em território nacional, mais precisamente em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, e na praia de Piedade, no Grande Recife. Contudo, vale destacar que eles são considerados bem raros — aproximadamente 60 casos anualmente no mundo, com média de 7% de mortes, segundo apuração do UOL.
De qualquer maneira, você provavelmente não vai querer arriscar para ver: enquanto algumas espécies de tubarões possuem 60 dentes (incluindo os dispostos no maxilar superior e no inferior), outros, como o famigerado tubarão-branco, possuem 3.000 dentes triangulares, serrilhados e muito afiados, com 7,5 centímetros, inseridos nas maxilas em fileiras um pouco inclinadas para dentro.
Já o megalodonte, ancestral pré-histórico do tubarão, era um pouco mais modesto em quantidade (estima-se que tinha 246), porém, sua força de mordida o colocava como um dos maiores predadores de seu tempo. Embora sua mordida fosse uma das mais fortes já registradas na história, é preciso lembrar que a quantidade de dentes não é o único fator ligado ao estrago da mordida: mesmo a de tubarões menores pode ser perigosa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.