Preso, brasileiro confessa esquema de R$ 1,9 mi com fraude de apps nos EUA
Um brasileiro se declarou culpado por liderar esquema de fraude eletrônica e roubo de identidade durante audiência no Tribunal Federal de Boston (EUA).
O baiano Wemerson Dutra Aguiar, 29, admitiu ter adquirido ilegalmente, por meio da rede darknet, identidades roubadas para falsificar documentos e alugar ou vender contas para brasileiros quem quisessem operar em aplicativos de transporte ou entrega.
De acordo com informações do Departamento de Justiça de Massachusetts, o esquema visava indivíduos que não poderiam se qualificar para dirigir para os serviços — por qualquer tipo de limitação legal ou de segurança.
O grupo ainda editava imagens da carteira de motorista das vítimas para que os documentos falsos 'parecerem' autênticos, com o propósito de contornar a tecnologia de reconhecimento facial que as empresas de compartilhamento de carona e entrega usam como medida de segurança.
Na Darknet, os criminosos supostamente obtiveram os nomes das vítimas, datas de nascimento, informações da carteira de motorista e dados de Previdência Social, e outras informações pessoais.
As contas fraudadas em apps eram anunciadas por meio de grupos de WhatsApp e outras redes sociais usadas entre imigrantes.
Os criminosos também usavam as contas fraudulentas de motoristas para explorar programas de bônus oferecidos pelas empresas de transporte, assim como os "bots" e tecnologia de "spoofing" de GPS, para aumentar a receita obtida com as corridas.
Como resultado do esquema, os formulários 1099 do Internal Revenue Service (usados para relatar renda não declarada à Receita Federal dos EUA) foram gerados nos nomes das vítimas para a renda que os conspiradores obtiveram das empresas de transporte e entrega.
De acordo com as investigações, entre junho de 2019 e janeiro de 2021, Aguiar recebeu mais de US$ 375 mil (equivalente a R$ 1,9 milhão) com a venda e aluguel das contas fraudulentas.
A Justiça americana estima que mais de duas mil pessoas tenham sido vítimas dos roubos e tiveram as identidades usadas pelo grupo criminoso.
Wemerson Aguiar foi oficialmente acusado em maio de 2021, junto com outros 16 réus, quando o esquema foi descoberto. Mais três integrantes da quadrilha continuam foragidos. Aguiar é o segundo réu a se declarar culpado no caso.
O juiz sênior do Tribunal Distrital dos EUA, Mark L. Wolf, agendou a sentença para 10 de maio de 2022. Se for condenado, Aguiar pode pegar de até 20 anos de prisão, três anos de liberdade condicional e uma multa de US$ 250 mil (equivalente a R$ 1,3 milhão).
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