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Twitter bloqueia perfil de Eduardo Bolsonaro, mas alega erro e libera conta

Eduardo Bolsonaro associou na sexta-feira contratação de mulheres engenheiras a acidente nas obras do Metrô em São Paulo - Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro associou na sexta-feira contratação de mulheres engenheiras a acidente nas obras do Metrô em São Paulo Imagem: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados

De Tilt, em São Paulo

06/02/2022 18h08

O perfil do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Twitter foi bloqueado temporariamente neste domingo. Segundo a plataforma, a restrição foi um erro do sistema e a conta já foi liberada.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a suspensão no Instagram, publicando um vídeo que mostra que a conta dele foi bloqueada por violar as regras da plataforma. "Mais uma, agora no Twitter. E segue a pergunta: por quê? Eles não dizem nem qual post eu violei a tal política da comunidade. E lá vou eu mais uma vez tratar com advogados a questão", escreveu.

Segundo a rede social, uma postagem de Eduardo foi identificada equivocadamente pelo sistema como contra as diretrizes. "Como acontece nesses casos, o usuário recebeu um e-mail pedindo que ele removesse o tweet em violação para desbloquear sua conta. O erro foi identificado, o tweet voltou ao ar e a conta já está liberada para uso", disse a empresa em nota.

A medida acontece após o deputado gerar polêmica no Twitter ao associar a contratação de mulheres engenheiras com a abertura da cratera na Marginal Tietê, em São Paulo. Ele compartilhou uma montagem de vídeos que mostra funcionárias do Metrô de São Paulo falando sobre a importância da participação feminina na área, intercaladas por cenas do desmoronamento na obra da Linha 6-Laranja.

"'Procuro sempre contratar mulheres', mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica o resultado não costuma ser o melhor", escreveu. O vídeo não será reproduzido aqui para preservar as profissionais, já que não há evidências de que têm relação com o desabamento.

Entidades ligadas ao metrô repudiaram o vídeo, incluindo a Acciona, responsável pela obra.

A construtora disse em nota que "lamenta profundamente o teor de uma videomensagem que circula em redes sociais. A companhia considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras".

Segundo a Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, um comitê foi criado para investigar as causas do acidente. A pasta disse que "fará estudos com soluções técnicas para a realização de obras de drenagem, recuperação para a retomada das obras do Metrô, conserto da tubulação e da Marginal Tietê".