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Contra teoria da conspiração, projeto irá registrar OVNI em alta resolução

Os OVNIs são estudados por professor de Harvard - Department of Defense/U.S. Navy
Os OVNIs são estudados por professor de Harvard Imagem: Department of Defense/U.S. Navy

Adriano Ferreira

Colaboração para Tilt, em Florianópolis

09/02/2022 12h25

O professor Avi Loeb, do Centro de Astrofísica e Astronomia da Universidade de Harvard, quer trazer um olhar mais científico e menos conspiratório para artefatos tecnológicos extraterrestres. Para isso, desenvolveu o Galileo Project (Projeto Galileu, em tradução livre), que envolve a coleta e armazenamento de imagens de alta resolução de OVNI's (Objetos Voadores Não Identificados) a partir da união de tecnologias avançadas de observação espacial.

Segundo o Galileo Project, o equipamento utilizado para fazer as análises será uma rede de telescópios terrestres com capacidade de capturar imagens em qualidade HD. O conjunto ajudará a identificar se o objeto fotografado ou filmado se encaixa em alguma classificação já conhecida de OVNI ou se será considerado um fenômeno aéreo "anormal".

Os critérios de análise usaram método científico de relatórios e outros processos revistos por pares (onde outros cientistas também avaliam os resultados), diminuindo assim os riscos envolvendo fake news e teorias conspiratórias.

Como os OVNI serão monitorados?

O sistema de telescópios, composto por um sensor de rádio, um sensor de áudio e um magnetômetro para detectar objetos, fará o uso de câmeras infravermelhas para capturar vídeos 24 horas por dia, 7 dias por semana. A expectativa é que imagens de pássaros, drones, aviões e meteoros sejam identificadas e descartados por um computador com inteligência artificial após a análise automatizada das mesmas.

Em um relatório realizado pelo ODNI (Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional, em português), entregue ao Congresso dos Estados Unidos, em 25 de junho de 2021, pesquisadores do tema apostam que neste ano os estudos sobre OVNIs devem avançar.

No documento, os chamados UAP (Fenômenos Aéreos Inexplicáveis, em português) fizeram parte de uma relação com mais de 140 casos que ainda não foram esclarecidos.

De acordo com reportagem do site The Guardian, os acontecimentos — inicialmente fora do comum no céu— tiveram imagens vazadas de origem militar, e por isso passaram a integrar o relatório. Além disso, pilotos da marinha acabaram fortalecendo o assunto com os testemunhos que deram.

Nick Pope, investigador de OVNIs no início dos anos 90 no Ministério de Defesa britânico destaca: "Finalmente, acho que teremos mais testemunhas de alto calibre vendo, inclusive pilotos de companhias aéreas comerciais, tripulantes militares, operadores de radar e oficiais de inteligência com conhecimento direto desse assunto".

Para a análise dos objetos, haverá uma seleção de locais onde os sistemas UAP deverão ser detectados, no caso de algum artefato extraterrestre ser descoberto.

O Galileo Project também espera contar com dados coletados pelo sistema do Planet Labs, que usa uma série de satélites em miniatura para capturar imagens de qualquer lugar no planeta Terra uma vez por dia, o que deve aumentar as chances de descobertas.

Sobre os métodos científicos adotados, um dos pesquisadores da equipe, Luis Elizondo, afirma que a iniciativa é o caminho contra teorias das conspirações sobre OVNIs.

"O Galileo Project, sob a liderança de Loeb, é justamente o caminho que nossas comunidades científicas e acadêmicas devem tomar em relação ao assunto. Pesquisa deliberada e metódica, juntamente com um rigor detalhado, ajudará a garantir que os princípios do método científico sejam seguidos e o espírito da ciência permaneça preservado".