Foto mostra o estrago que o solo de Marte já causou na sonda Curiosity
O planeta Marte resolveu "retribuir" as marcas deixadas pela sonda Curiosity, robô espacial da Nasa, do tamanho de um carro, projetado para explorar a cratera Gale nos últimos nove anos.
O solo rochoso do planeta vermelho tirou partes das seis rodas de alumínio do Curiosity, como mostra a foto (acima) divulgada pela Nasa. Apesar de não estar inteiro, acredita-se que o rover ainda será capaz de andar por aí por um bom tempo fazendo novas descobertas.
"Espera-se que a odometria (técnica usada para medir a distância percorrida) atual prevista seja suficiente para apoiar o Curiosity durante o restante da missão", disse Andrew Good, porta-voz do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, que gerencia a missão do Curiosity.
Além disso, as rodas do rover começaram a mostrar sinais de desgaste relativamente cedo. Com isso, os instrutores do robô espacial precisaram tomar medidas para evitar danos, como dar preferência a rotas em terrenos mais suaves e enviar para o robô um software de "controle de tração" com objetivo de ajustar a velocidade do Curiosity dependendo do terreno.
Com o que aprendeu com o Curiosity, a Nasa desenvolveu um novo design para o seu sucessor em Marte, a sonda Perseverance, que pousou na cratera Jezero em fevereiro de 2021. As rodas do Perseverance, por exemplo, são um pouco maiores em diâmetro e têm o dobro de ranhuras.
A jornada do Curiosity
O robô espacial pousou em Gale em agosto de 2012 com a missão de determinar se a região abrigava vida microbiana. Desde então, já atravessou 27,14 km em Marte. O Curiosity descobriu que Gale, na verdade, hospedava um sistema de lago e riacho potencialmente habitável num passado distante.
Desde setembro de 2014, o Curiosity tem escalado uma montanha chamada Monte Sharp. Na prática, o rover está analisando as camadas de rocha, procurando por pistas sobre a transição climática que aconteceu em Marte, de um planeta quente e úmido para o desértico frígido que é hoje.
O estudo parece ter funcionado, disse Good. A equipe da missão começou recentemente a capturar imagens de inspeção de rodas a cada 3.300 pés (1.000 metros) de terreno percorrido, em vez de a cada 1.650 pés (500 m), como era a norma anterior.
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